| O planeta Marte vai ter anéis como Saturno ou Júpiter
Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2015
Uma das duas luas de Marte, Phobos, poderá se desintegrar daqui a 20 ou 40 milhões de anos e os seus restos irão formar um anel à volta do planeta vermelho, indica um estudo.
Phobos é a maior e a mais próxima das duas luas de Marte, tem forma irregular e 27 quilômetros de diâmetro. A outra lua é designada como Deimos.
Nos últimos anos, as imagens recolhidas pela sonda europeia Mars Express da lua Phobos permitiram desenvolver várias teses sobre a sua composição. Phobos será constituída essencialmente por um amontoado de detritos, com grandes espaços entre os blocos rochosos que compõem o interior da lua. Cerca de um quarto a um terço da lua Phobos será composto por espaço vazio.
A par dessas características, a lua Phobos está se aproximando lentamente de Marte, o que significa que, a longo prazo, os dois corpos irão colidir. “Os cientistas sabem há décadas que Phobos está lentamente a se aproximar de Marte a uma velocidade de alguns centímetros por ano”, explicou, em declarações Benjamin Black, da universidade americana de Berkeley, coautor do estudo publicado na revista britânica Nature Geoscience.
Com base em dados observacionais, Benjamin Black e Tushar Mittal (da universidade de Nova York), outro investigador envolvido no levantamento, deduziram que os componentes menos densos de Phobos vão acabar por se desintegrar quando o efeito da força gravitacional de Marte se tornar mais forte. Os componentes irão se dispersar em seguida para formar um anel.
Os componentes mais resistentes da lua Phobos acabarão por formar uma cratera no planeta. Segundo o estudo, o novo anel vai acompanhar Marte durante milhões de anos.
“Este anel poderá durar de um a 100 milhões de anos, depende da distância entre Marte e Phobos no momento da desintegração da lua”, precisou Black.
Atualmente, no Sistema Solar, apenas os planetas Júpiter e Saturno possuem um sistema de anéis.
Segundo os investigadores, o futuro anel de Marte poderá ter uma densidade semelhante aos anéis de Saturno, compostos de partículas de gelo e poeira. A origem dos anéis de Júpiter continua a ser um assunto intrigante para os cientistas.
No mês passado, o jipe-robô Curiosity, que explora Marte há três anos, revelou indícios de que a cratera Gale já abrigou rios, deltas e lagos intermitentes por um período de até 10 milhões de anos. A descoberta aumenta a chance de que, em algum momento, tenha havido alguma forma de vida no planeta.
