Quinta-feira, 04 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de julho de 2020
O prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, anunciou nesta sexta-feira (17) um projeto para instalar catracas automáticas em todos os acessos do centro histórico da cidade para controlar o fluxo de pessoas.
Segundo Brugnaro, de centro-direita, residentes, trabalhadores pendulares e estudantes poderão baixar um código de acesso nos smartphones que garantirá acesso livre à região. “Nesse ponto, se decidirá quantas pessoas a cidade pode receber”, explicou, durante um encontro com donos de hotéis.
Para turistas, o prefeito prevê lançar um aplicativo e um sistema de compra de ingressos antecipados para entrar em Veneza. Turistas com reservas em hotéis receberão a chave de acesso junto com a confirmação da hospedagem.
“A ideia é instalar catracas automáticas em todos os acessos da cidade, e a chave ficará no smartphone”, explicou. A Prefeitura planejava instituir ainda neste ano uma taxa de até oito euros contra turistas que não pernoitam no centro histórico da cidade.
A cobrança entraria em vigor em 1º de julho, mas foi adiada para 2021 em função da pandemia do novo coronavírus, que atingiu em cheio o setor de turismo. Tanto a taxa quanto o controle de acesso serão voltados a pessoas que visitam o centro histórico de Veneza e as ilhas da cidade, como Murano e Burano, mas sem pernoitar nessas regiões.
Aqueles que dormem na área da Lagoa de Veneza já pagam a “tassa di soggiorno”, que varia de um a cinco euros por dia. Por outro lado, adeptos do chamado “bate e volta” hoje não arcam com nenhuma taxa para entrar no superlotado centro histórico da cidade.
“Encontramos uma solução: entra apenas quem reserva”, disse Brugnaro nesta sexta, mas sem dar prazos para a implantação das catracas.
Barreiras móveis
No último dia 10, em meio a protestos de ambientalistas, as autoridades de Veneza realizaram o primeiro teste completo das 78 barreiras móveis do Mose, um sistema bilionário projetado para proteger o centro da cidade contra inundações.
Essa foi a primeira vez na história em que a Lagoa de Veneza ficou fisicamente separada do Mar Adriático.
A prova contou com as presenças do premiê da Itália, Giuseppe Conte – que acionou o botão de ativação das comportas -, dos ministros Luciana Lamorgese (Interior), Paola De Micheli (Infraestrutura e Transportes) e Federico D’Incà (Relações com o Parlamento), além do governador do Vêneto, Luca Zaia, e do prefeito Luigi Brugnaro.
Esse foi o primeiro acionamento simultâneo de todas as barreiras do Mose, que ficam na Bocca di Malamocco, na Bocca di Chioggia e na Bocca di Lido (esta é dividida em duas por uma ilha artificial), os três acessos da lagoa ao Adriático.
A entrega da obra, iniciada em 2003, está prevista para dezembro de 2021, ao custo de 5,5 bilhões de euros, mas o sistema deve estar disponível para situações emergenciais ainda em 2020. “É preciso concluir o Mose, e devemos fazer com que exista um instrumento de proteção no próximo outono-inverno [a partir de setembro]”, disse Conte.
A comissária responsável pela obra, Elisabetta Spitz, afirmou que, com os testes programados para os próximos meses, será possível acionar as comportas contra “marés altíssimas” já a partir do próximo outono boreal.
Enquanto as barreiras eram ativadas, dezenas de embarcações de integrantes do movimento “No Mose” se reuniram em frente à Praça San Marco, no coração de Veneza, para protestar contra uma obra que eles definem como “inútil”. As informações são da agência de notícias Ansa.