Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 14 de junho de 2019
Em resposta ao ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira (14) que o ministro é injusto em suas críticas ao relatório da reforma da Previdência apresentado na véspera e que o governo se tornou uma “usina de crises”.
“Nós blindamos a reforma da Previdência de crises que são, muitas vezes, geradas quase todos os dias pelo governo. Cada dia um ministério gerando uma crise. Hoje, infelizmente, é o meu amigo Paulo Guedes, gerando uma crise desnecessária”, afirmou Maia.
O presidente da Câmara disse que, sozinho, o governo teria 50 votos a favor da reforma, “e não a possibilidade de 350 que nós temos”. “Acho que o ministro Paulo Guedes não está sendo justo com o Parlamento que tem comandado sozinho a articulação para aprovação da Previdência”, destacou.
Maia disse que o Congresso se tornou “o bombeiro” de crises no País e que a tramitação da reforma pode inaugurar “um novo momento em que o governo tem menos responsabilidade com o comando da aprovação das matérias e o Parlamento passa a assumir essa responsabilidade”.
“Nós blindamos o Parlamento. A usina de crise bate e volta. Fique lá no Executivo, no ministério da Fazenda, da Educação criadores de crise”, afirmou. Maia elogiou “o trabalho brilhante” do relator da reforma na comissão especial, o deputado Samuel Moreira (PSDB). “Na democracia, nossas vitórias não são absolutas, isso que o ministro Paulo Guedes talvez não saiba.”
Maia disse que o Congresso vai continuar atuando com “responsabilidade, equilíbrio e paciência”. “Não vamos entrar nessa polêmica, nessa falsa crise. É triste ver o ministro fazendo isso. Deixa o governo criando crise”, disse. Apesar disso, Maia negou que se sinta traído pelo ministro da Economia. Mas disse que, “infelizmente, Paulo Guedes passa a ser um ator dessas crises.”
Maia afirmou que a Câmara vai aprovar a reforma da Previdência “apesar do governo” e com uma garantia de economia na casa de R$ 900 bilhões em dez anos, o que, segundo ele, “é uma grande economia para um governo que não tem base”. O projeto original previa R$ 1,2 trilhão. O presidente da Câmara rebateu afirmação de Guedes segundo a qual, com a redução da economia fiscal, o próximo governo precisará fazer outra reforma nas aposentadorias.
“Eu acho que ele [Guedes] está errado [ao criticar a desidratação do projeto]. A economia de R$ 900 bilhões é muito próxima de R$ 1 trilhão. Acho que ele foi injusto com o Parlamento. Pedi que os líderes não falassem antes de mim, falo em nome da Casa, inclusive de quem é contrário à reforma da Previdência”, ressaltou Maia.