Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de agosto de 2019
Em meio à crise provocada pelas queimadas na Amazônia, o presidente francês, Emmanuel Macron, deixou ” em aberto ” o debate sobre a internacionalização jurídica da floresta .
“Associações, ONGs e também certos atores jurídicos internacionais levantaram a questão de saber se é possível definir um status internacional da Amazônia. Não é o caso de nossa iniciativa, hoje, mas é um verdadeiro caso que se coloca se um Estado soberano tomasse de maneira clara e concreta medidas que se opõem ao interesse de todo o planeta. Há todo um trabalho jurídico e político a ser feito. Mas creio poder dizer que as conversas que o presidente Sebastián Piñera [Chile] teve com o presidente Jair Bolsonaro não vão nesse sentido. Acredito que ele tem consciência dessa importância. Em todo caso, tenho esta esperança. Mas é um tema que permanece em aberto e continuará a prosperar nos próximos meses e anos. A importância é tão grande no plano climático que não se pode dizer que é apenas o meu problema”, disse Macron.
A declaração foi dada durante o anúncio para um acordo de 20 milhões de dólares (pouco mais de R$ 83 milhões) para uma ajuda emergencial contra as queimadas na Amazônia , no último dia do encontro do G7 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Itália e Canadá), em Biarritz, na França.
Mais tarde, a TV francesa exibiu nova entrevista com Macron em que ele critica Bolsonaro e reafirma que a França não assinará o acordo União Europeia-Mercosul se não houver mudanças. Ainda no G-7, o líder francês acrescentou ainda que a ajuda virá respeitando a soberania de cada país da região, mas construindo uma governança que inclua diferentes atores.
“A Amazônia é uma floresta repartida entre nove Estados. Juridicamente falando, cada um é soberano. Devemos construir uma iniciativa que permitirá reflorestar a Amazônia, mas que seja respeitosa da soberania de cada um, do papel das regiões, e a Guiana Francesa será plenamente associada dos estados do Brasil, dos povos nativos, que são os que fazem viver essa floresta há milênios, e que não podem ser excluídos dessa transição. É preciso encontrar a boa governança”, detalhou.
Defesa
A hashtag #DesculpaBrigitte foi assunto mais falado no Twitter na segunda-feira (26). Após as declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a esposa de seu colega, presidente da frança, Emmanuel Macron.
Bolsonaro respondeu um comentário de um internauta no Facebook, que tirava sarro da primeira-dama francesa. Na imagem publicada, foi feita uma montagem onde Brigitte foi comparada com a primeira-dama brasileira, Michelle Bolsonaro.
A postagem dizia: “Entende agora porque Macron persegue Bolsonaro?”. O presidente reagiu comentando “Não humilha, cara kkkkk”. A piada foi feita pela diferença de idade entre as primeiras-damas. Brigitte tem 66 anos e Macron 41. Já Michelle tem 37 anos e Bolsonaro, tem 66 anos.