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Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2018
O presidente do BC (Banco Central), Ilan Goldfajn, informou nesta quinta-feira (15) que permanecerá no cargo até que o Senado aprecie o nome do indicado para sucedê-lo, Roberto Campos Neto, nos próximos meses, “atendendo a pedido do novo governo”. Para poder assumir o BC, Campos Neto será sabatinado pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal e terá de ter seu nome aprovado. Também precisará passar pelo crivo do plenário da Casa.
Goldfajn informou que seu afastamento do cargo se dá por “motivos pessoais” e agradeceu o apoio recebido dos integrantes do próximo governo. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, deu declarações públicas nas últimas semanas manifestando interesse na permanência de Goldfajn no comando do BC.
Ilan foi eleito, em janeiro deste ano, como o “Central Banker of the Year 2018” em duas categorias: Global e Américas, em prêmio promovido pela publicação britânica “The Banker”, especializada em finanças internacionais, e pertencente ao Financial Times.
Transição no Banco Central
De acordo com avaliação do atual comandante do Banco Central, Roberto Campos Neto é um profissional “experiente e reconhecido, com ampla visão sobre o sistema financeiro e a economia nacional e internacional”.
Goldfajn também informou que adotará todas as providências para garantir a melhor transição no comando da autoridade monetária.
“A atual Diretoria Colegiada, com membros oriundos do setor privado e servidores de carreira, permanecerá à disposição do novo presidente do BC, contribuindo para a continuidade e a normalidade dessa transição”, acrescentou.
Autonomia do Banco Central
Sobre a autonomia do Banco Central, Ilan Goldfajn afirmou que continuará trabalhando junto com os parlamentares para aprovar o texto ainda em 2018. “A eventual aprovação da lei, com mandatos fixos e intercalados dos membros da sua diretoria (Presidente e Diretores), permitirá um futuro onde as transições do BC e do governo ocorram em momentos distintos, com conhecidos benefícios para a economia”, avaliou ele.
Ele também avaliou que “sinalizações recentes sobre política econômica feitas pela futura administração federal e as importantes indicações a cargos públicos na área, que visam o crescimento, com inflação baixa e estável”.
Metas de inflação
O Conselho Monetário Nacional fixou, para 2018, uma meta central de inflação de 4,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima e para baixo. Deste modo, pode oscilar entre 3% e 6% sem que seja formalmente descumprida. Para 2019, a meta central é de 4,25%, mas pode variar entre 2,75% e 5,75%.
De janeiro a outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial do País, somou 3,81% e, em doze meses até outubro, totalizou 4,56%. Analistas do mercado estimam que a inflação ficará em 4,22% neste ano e em 4,21% em 2019, ou seja, em linha com as metas fixadas.
Os juros básicos da economia estão estáveis em 6,5% ao ano desde março de 2018, na mínima histórica. Entretanto, com a subida recente da inflação, analistas do mercado financeiro estimam que a taxa básica pode subir para 8% ao ano, até o fim de 2019, para que a meta de inflação seja cumprida.
Apesar de a taxa Selic estar no piso histórico, os juros bancários seguem elevados para padrões internacionais. Há linhas de crédito, como o cheque especial e o cartão de crédito rotativo, com juros em cerca de 300% ao ano. Segundo analistas, este será um dos desafios do próximo comandante do Banco Central.