Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2017
O anúncio da saída dos Estados Unidos do acordo do clima de Paris pareceu uma declaração de guerra: criou discórdia no país e reprovação imediata em grande parte do planeta. Com o ato, controverso na Casa Branca e entre os republicanos, Donald Trump joga os EUA em uma situação desconhecida, isola mais ainda a nação e amplia a tensão política. De quebra, desacredita o pacto que tenta evitar uma catástrofe ambiental – um risco real, segundo os cientistas.
“Fui eleito para representar os eleitores de Pittsburgh, não de Paris”, disse Trump. “Vamos começar negociações para reentrar no Acordo de Paris ou numa nova transação que seja mais justa. A partir de hoje, os EUA cessarão toda a implementação do Acordo de Paris e os encargos financeiros e econômicos draconianos que o acordo impõe ao nosso país.”
Trump argumentou toda a sua decisão em questões econômicas. Afirmou que os avanços de energia limpa poderiam suprir os EUA se o país crescesse modestamente, na casa do 1% ao ano, mas como quer avançar em ritmo de 3%, 4%, precisará “de toda a fonte de energia possível”, disse, afirmando que isso devolverá a competitividade para o país, gerando riqueza e “milhares de empregos”. Dessa forma, Trump disse estar cumprindo uma promessa de campanha e que deu um passo no sentido de seguir seu slogan eleitoral: “Fazer os EUA grandes novamente”.
As reações foram imediatas e contundentes contra Trump. Até a decisão de quinta-feira, líderes globais praticamente imploraram a Trump para manter o país no acordo global, como ocorreu no fim de semana no G7, reunião das sete nações mais desenvolvidas do planeta, na Itália.
Internamente, empresários e políticos rebatem os argumentos econômicos de Trump, afirmando que fora do acordo o país ficará isolado, poderá perder a relevância em tecnologia de ponta e ver o fechamento de milhares de “empregos verdes”.