Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na sexta-feira (29) que pretende retirar as restrições de viagens impostas a quem chega em solo norte-americano pelo Brasil “assim que pudermos”. No entanto, ele não deu nenhuma data para voltar atrás da medida nem disse se haveria um critério para a retomada.
Por causa da pandemia do novo coronavírus, os EUA começaram na quarta-feira a barrar a entrada de pessoas que estiveram no Brasil até 14 dias antes de pousar em solo norte-americano. As restrições incluem cidadãos dos EUA, parentes ou pessoas com visto permanente.
O governo dos EUA também impôs restrições de viagens a outros países, como a China, o Reino Unido e os integrantes da União Europeia — todos por causa da pandemia de Covid-19. Trump já vinha estudando proibir também entrada de pessoas que estiveram no Brasil após o aumento nos casos.
Caminho diferente
Perguntado pela repórter Raquel Krähenbühl, da GloboNews, sobre a posição do governo brasileiro contrária a medidas como lockdown em um momento de escalada da pandemia, Trump se limitou a dizer que o presidente Jair Bolsonaro “seguiu um caminho diferente”, mas que “não queria ser um crítico”.
” Bem, ele [Bolsonaro] seguiu caminho diferente. O Brasil tomou um caminho diferente. Com certeza, eles estão passando por um momento difícil. Eu não quero criticar ninguém porque eu tenho muito respeito por ele”, disse.
Brasil e Estados Unidos são os dois países com mais casos do novo coronavírus, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins. Nos EUA, o número de mortes por Covid-19 bateu a marca de 100 mil nesta semana.
Rompimento com a OMS
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump encerrou relações com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e vai realocar financiamento antes destinado ao órgão a outras iniciativas.
Para Trump, a OMS foi “pressionada” pela China para dar “direcionamentos errados” ao mundo sobre o novo coronavírus, causador da Covid-19. “O mundo está sofrendo agora como resultado dos malfeitos do governo chinês”, disse Trump.
O rompimento com a OMS vem em meio a uma série de desentendimentos entre o organismo e os EUA. Em abril, Trump anunciou a suspensão da verba à entidade — mas ainda não havia terminado as relações, como ocorreu nesta sexta.
Trump também acusou a China de estar à frente das decisões da OMS mesmo que Pequim financiasse menos o organismo do que os EUA, algo que vem sido criticado pelo presidente desde o início da pandemia.
“O mundo precisa de respostas da China sobre o vírus. A gente precisa de transparência”, concluiu.
O governo dos EUA ainda estuda expulsar milhares de estudantes chineses de universidades norte-americanas. Segundo o presidente, a medida serviria para evitar espionagem.
As declarações foram dadas após o número de mortos por Covid-19 nos EUA ultrapassar a marca de 100 mil — o primeiro país a atingir esse total. Mesmo assim, Trump vem pedindo a reabertura da economia nos Estados Unidos.
Na coletiva, Trump também disse que tomaria medidas — incluindo sanções — à China e a apoiadores do governo chinês pelo avanço das leis de Pequim que minam a autonomia de Hong Kong. Por isso, o presidente dos EUA disse que começaria a “eliminar isenções que dão a Hong Kong um tratamento especial”.
“A recente incursão da China […] deixa claro que Hong Kong não é mais autônoma o suficiente para receber o tratamento especial que demos ao território”, afirmou Trump.
Na última semana, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou que retiraria esse status especial de Hong Kong dado pelos EUA em 1997, quando a China recebeu o controle parcial do território antes pertencente ao Reino Unido.