Sexta-feira, 29 de março de 2024
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2017
O presidente Michel Temer embarcou no início da manhã deste sábado (1º) para São Paulo para se encontrar com o advogado dele, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. A informação é da assessoria da Presidência.
A assessoria não soube informar, contudo, onde será o encontro entre o presidente e o advogado nem quando Temer retornará a Brasília (DF).
Michel Temer foi denunciado nesta semana ao STF (Supremo Tribunal Federal) pela PGR (Procuradoria-Geral da República), pelo crime de corrupção passiva, com base nas delações de executivos da JBS.
Além da condenação, o procurador-geral, Rodrigo Janot, pediu a perda do mandato de Temer, “principalmente por ter agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade”.
Análise da denúncia
A denúncia está na Câmara dos Deputados, a quem cabe autorizar o STF a analisar a acusação. Para seguir ao Supremo, a peça do MPF (Ministério Público Federal) precisa do apoio de, pelo menos, 342 deputados.
Antes de ser votada pelo plenário, porém, a denúncia será discutida na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Independentemente do resultado na CCJ, a denúncia seguirá para o plenário.
O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já defendeu que a análise da denúncia ocorra “o mais rápido possível”, mas sem “atropelos”. Temer foi notificado na última quinta-feira (29) e tem o prazo de 10 sessões do plenário da Câmara para entregar a defesa.
Temer x PGR
Na última terça-feira (27), um dia após ser denunciado, o presidente fez um pronunciamento no qual se disse “vítima de infâmia de natureza política”; cobrou provas “robustas”; e declarou que a denúncia é uma “peça de ficção”.
Foi a primeira fala de Temer desde que a denúncia foi apresentada, na noite de segunda-feira (26). Ele fez o pronunciamento no Salão Leste do Palácio do Planalto. O presidente chegou ao local acompanhado de diversos ministros e parlamentares da base aliada, que se postaram de pé ao lado do presidente em sinal de apoio.
“Eu tive ao longo da vida uma vida, graças a Deus, muito produtiva e muito limpa. E exatamente neste momento, em que nós estamos colocando o País nos trilhos, é que somos vítimas dessa infâmia de natureza política. […] Eu fui denunciado por corrupção passiva. Notem, vou repetir a expressão, corrupção passiva a essa altura da vida, sem jamais ter recebido valores. Nunca vi o dinheiro e não participei de acertos para cometer ilícitos. Onde estão as provas concretas de recebimento desses valores? Inexistem”, afirmou o presidente. Em outro momento do pronunciamento, Temer se disse tranquilo, do ponto de vista jurídico. Isso porque, para ele, não há fundamentos que embasem a denúncia.
Em resposta, o procurador-geral, Rodrigo Janot, afirmou que há “fartos elementos de prova” contra o presidente da República. (AG)