Mundo O procurador especial dos Estados Unidos intimou o grupo empresarial da família de Donald Trump a entregar documentos relacionados à Rússia
Por Redação O Sul | 16 de março de 2018
O procurador especial dos Estados Unidos, Robert Mueller, intimou a Organização Trump (conglomerado empresarial que o presidente Donald Trump controlava com a sua família antes de assumir o comando da Casa Branca) a entregar documentos, incluindo alguns relacionados à Rússia. A informação é do jornal “The New York Times”, mencionando duas fontes ligadas ao caso.
Os detalhes da intimação não são conhecidos, afirmou a publicação, mas esta é a primeira vez que se tem notícia de que Mueller exigiu material diretamente relacionado aos negócios do polêmico bilionário desde que ele se tornou detentor do cargo mais poderoso do planeta, em janeiro do ano passado).
A Organização Trump (responsável por empreendimentos variados em setores como o hoteleiro) minimizou o significado de qualquer intimação. Por meio de um de seus advogados, representantes do grupo empresarial citaram o fato de estarem cooperando com a investigação desde julho de 2017.
Mueller investiga as suspeitas de intromissão da Rússia na eleição presidencial norte-americana de 2016 e um possível conluio com a campanha de Trump, que chegou ao comando do país após vencer a senadora democrata Hillary Clinton, em um resultado que surpreendeu especialistas e boa parte da comunidade internacional.
O procurador especial acusou diversos associados do líder republicano e mais de uma dúzia de russos. Peter Carr, porta-voz de Mueller, negou-se a comentar ou emitir nota sobre a reportagem do “Times”.
O governo de Moscou, como era de se esperar, nega ter exercido qualquer tipo de interferência no processo. Trump, por sua vez, tem reiterado que não houve conluio entre os seus aliados e o Kremlin.
A Casa Branca não quis comentar especificamente sobre a reportagem e encaminhou perguntas à Organização Trump. “Nós vamos continuar a cooperar totalmente. Por respeito ao procurador especial, nós não vamos comentar”, disse a porta-voz da Presidência, Sarah Sanders, durante entrevista coletiva concedida nesta semana.
“Pedra no sapato”
Robert Mueller tem sido uma “pedra no sapato” do polêmico líder norte-americano. Em janeiro, o ex-estrategista-chefe de Trump Stephen Bannon foi intimado a depor diante de um grande júri na investigação sobre os possíveis vínculos entre a campanha republicana e o governo da Rússia.
Na ocasião, grandes veículos da imprensa dos Estados Unidos, como o próprio jornal “The New York Times”, ressaltaram se tratar da primeira vez em que o procurador especial intima um integrante do círculo mais próximo do multimilionário para depor em tal instância.
Muito se especulou, ainda, sobre a possibilidade de que Mueller solicitasse um interrogatório pessoal com o próprio Donald Trump, hipótese que acabou não se confirmando.
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