Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2017
Ciro Gomes foi filiado de primeira hora do PSDB – em 1990, dois anos depois da fundação do partido, ele se elegeu governador do Ceará pela legenda.
Nesta segunda (13), após uma palestra em São Paulo, o hoje pré-candidato à presidência pelo PDT criticou o partido, rival em potencial nas eleições de 2018. “O PSDB já não é mais um partido sério desde o [governo] Fernando Henrique”, comentou, após participar de um debate na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), em São Paulo.
Ele respondia a uma pergunta a respeito da crise interna do PSDB, que se divide em relação ao apoio a Michel Temer. Na semana passada, as tensões no tucanato se acirraram quando Aécio Neves afastou Tasso Jereissati –antigo aliado de Ciro no Ceará – da presidência interina da legenda e nomeou o paulista Alberto Goldman.
“Isso aí é só um desdobramento da corrupção que o Fernando Henrique impôs à estrutura do PSDB”, afirmou o pedetista, em crítica à aliança do ex-presidente tucano com lideranças do PMDB em seu governo (1995-2002).
“Renan Calheiros foi ministro da Justiça do Brasil, minha filha. Ninguém se lembra disso – eu não esqueço. Foi comandante em chefe da Polícia Federal. O Eliseu Quadrilha [em alusão a Eliseu Padilha, atual ministro-chefe da Casa Civil] era ministro dos Transportes.” Segundo o pedetista, “quem não quer ver isso é o Tasso, que e vota pela absolvição do Aécio num dia e, no dia seguinte, pede a renúncia. Estão pensando que estão enganando a quem?”.
Alianças
Trabalhando na costura de apoios para sua candidatura, Ciro tem repetido que se negará a tratar de alianças políticas com o PMDB: “É necessário, inadiável”. O pedetista contou que busca alianças em um “arco de esquerda democrática”, com a participação de políticos de centro. “Neste momento, nem eu nem ninguém tem a capacidade de responder a essa pergunta [quem serão seus aliados].”
Ele comparou a pré-corrida presidencial a um treino de Fórmula 1, em que “cada carro está fazendo seu trecho sozinho, para conhecer o circuito” e, assim, conseguir “obter um bom lugar no grid de largada”.
No entanto, o ex-governador do Ceará conta que tem conversado formalmente com PSB, PCdoB e PT – em 2018, poderá dividir palanques com Lula em ao menos três Estados (Piauí, Ceará e Bahia).