Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de julho de 2019
A liderança do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, ordenou que os deputados fiquem em Brasília durante o fim de semana para votação da reforma da Previdência, que deve ser finalizada no sábado (13), de acordo com a previsão da base do governo. O comunicado, divulgado nesta terça-feira (09) aos parlamentares da bancada, não fala em punição em caso de descumprimento.
A preocupação é garantir o quórum (quantidade mínima de deputados) necessário para iniciar a sessão e votar a reforma, tida como fundamental pelo governo Bolsonaro. São dois turnos de votação, e o quórum é de 308 votos em cada etapa. Maia espera angariar uma margem favorável de “350 a 360 votos” a fim de minimizar os riscos.
Como as sessões ordinárias ocorrem de terça-feira a quinta-feira, quando há votações, a ampla maioria dos parlamentares costuma viajar para seus Estados de origem antes de sexta-feira. Por esse motivo, muitos já têm passagens aéreas marcadas com antecedência. “Ninguém vai desrespeitar. É o futuro do país que está em jogo”, disse um pesselista ao chegar ao plenário na manhã desta terça-feira. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda tenta construir um acordo entre a maioria e a oposição para evitar tentativas de obstrução.
Rodrigo Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que foi fechado acordo com a bancada feminina para atender à reivindicação de ajuste na fórmula de cálculo do benefício de contribuição exigido para mulheres.
Conforme as deputadas, apesar de o tempo de contribuição exigido ter sido reduzido de 20 para 15 anos, a contagem do acréscimo de dois pontos percentuais ao ano para que o valor da aposentadoria suba de 60% da média para 100% inicia aos 20 anos trabalhados, e não aos 15 anos.
Dois outros destaques supressivos serão apresentados no Plenário para atender às mudanças propostas pelas deputadas. “Conquistamos até votos que não tínhamos”, disse o presidente.
Questionado pela imprensa se as emendas não estão sendo liberadas pelo governo, Maia afirmou que a relação com o Executivo é de desconfiança. “A relação entre o Executivo e o Legislativo é sempre de desconfiança, porque esse governo no início gerou uma desconfiança na relação, mas isso vai caminhar para o leito normal do rio e vamos construir uma relação mais harmônica dos poderes”, ponderou.