Sexta-feira, 28 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de junho de 2015
Os 800 delegados do PT de 26 Estados e do Distrito Federal têm a missão de promover uma verdadeira “DR”: discutir a relação do partido com o governo da presidenta Dilma Rousseff, com o PMDB e com as diversas tendências internas da sigla. Depois de 13 anos consecutivos na Presidência da República, os petistas chegam a Salvador (Bahia) para o 5º Congresso Nacional do partido mais divididos do que nunca.
Estão divididos em suas posições sobre o governo da petista Dilma, sobre a aliança com PMDB, de onde tirar dinheiro para as próximas campanhas e sobre como se reabilitarão depois de escândalos de corrupção, como o Mensalão e as investigações da Operação Lava-Jato. O congresso petista começa nesta quinta-feira (11) e termina no domingo (14). De lá, sairá um documento que pretende dar norte ao futuro da legenda.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abre o encontro. A expectativa é de que ele pregue a unidade do partido na defesa do governo de Dilma. Petistas têm feito críticas públicas à política de ajuste fiscal conduzida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Nos bastidores, porém, afirmam correligionários do ex-presidente, Lula faz jogo duplo, ora fomentando críticas à condução da economia ora defendendo a necessidade de arrocho.
A relação com PMDB é outro tema caro ao partido a ser discutido no encontro. Três das cinco teses propostas pelas correntes partidárias pedem a revisão dos termos da aliança. Aliás, a legenda do vice-presidente da República, Michel Temer, é citada diretamente sete vezes em documentos produzidos pelos petistas.
Em um dos documentos, em crítica ao presidencialismo de coalizão, diz o texto: “e o pior é que a reação à crise política [recém-adotada] tem sido dar ainda mais espaço e poder ao principal ‘aliado’, muitas vezes o principal sabotador do governo, que é o PMDB”. A crítica se refere à escolha de Temer, presidente nacional do PMDB, para comandar a articulação política do governo com o Congresso. (AD)