Segunda-feira, 12 de maio de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
23°
Partly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil O setor produtivo do País teve perdas bilionárias com a paralisação dos caminhoneiros: da agricultura à aviação, todos os segmentos contabilizam prejuízos

Compartilhe esta notícia:

Abastecimento começa a retomar a normalidade. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Desde o início da greve dos caminhoneiros, no último dia 21, o setor produtivo acumula prejuízos bilionários. Os bloqueios nas rodovias têm deixado o varejo sem estoque e as indústrias e o setor de serviços sem matéria-prima e empregados, paralisando a produção. As companhias aéreas amargam cancelamento de voos devido à falta de combustível, e o Porto de Santos, o maior terminal da América Latina, opera com sérias restrições. E a situação levará algum tempo para se normalizar, o que significa impacto na economia.

A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) estima as perdas em R$ 6,6 bilhões e alerta que haverá falta de alimentos e alta de preços nos supermercados. Segundo o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, esse prejuízo é apenas na produção primária e não considera o processamento e a indústria de insumos. “Fora o que está por vir, porque a recuperação não é imediata.”

Um dos setores mais afetados é o de frangos e suínos, que amarga um prejuízo de R$ 3 bilhões, segundo a ABTA (Associação Brasileira de Proteína Animal). Praticamente todas as unidades de produção e 235 mil trabalhadores estão parados, 70 milhões de frangos morreram, e 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos ainda correm risco de morrer. A recuperação vai demorar, porque são ciclos longos de produção: a cadeia do frango levaria dois meses, e a dos suínos, 180 dias.

A produção de soja tem deixado de escoar diariamente 400 mil toneladas do grão, e 360 mil litros de leite foram descartados, um prejuízo de R$ 1,2 bilhão.

No setor têxtil, o drama é parecido. De acordo com o presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), Fernando Pimentel, as perdas já beiram R$ 1,9 bilhão, e 70% das empresas representadas pela entidade já pararam ou estão prestes a parar. “Não há previsão de retomar a produção. Estamos sem liderança (política), e essa situação já transcende o bom senso.”

O presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), José Carlos Martins, estima que 40% das atividades do setor tenham sido atingidas, comprometendo negócios de R$ 2,4 bilhões. E o Sindusfarma, que representa a indústria de medicamentos, estima perdas de R$ 1,6 bilhão, devido a interrupções na produção e problemas na entrega de medicamentos em farmácias e hospitais.

A produção automobilística está parada desde sexta-feira passada. A Firjan (Federação da Indústrias do Estado do Rio) calcula que isso causará uma perda de R$ 77 milhões no PIB da sua indústria de transformação.

De acordo com a CNC (Confederação Nacional do Comércio), as perdas do setor devem bater R$ 3,1 bilhões, considerando cinco Estados — Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia — mais o Distrito Federal. Com isso, a CNC reduziu sua previsão para o crescimento do comércio este ano de 5,4% para 4,7%. O prejuízo se divide entre R$ 1,42 bilhão na venda de combustíveis e lubrificantes e de R$ 1,73 bilhão no comércio de hortifrutigranjeiros, até o dia 28.

Cade aprova compartilhamento

Na cidade do Rio, o CDL-Rio (Clube de Diretores Lojistas) estima queda de 80% no faturamento do comércio durante a greve. Já no segmento de bares e restaurantes, diz o SindRio, o prejuízo é de R$ 20 milhões, com recuo de 40% no movimento. No Estado, a perda chega a R$ 34 milhões.

Mais de 270 voos foram cancelados até anteontem, um prejuízo superior a R$ 400 milhões, segundo a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).

No Porto de Santos, os embarques de contêineres para exportação estão praticamente paralisados, e a capacidade de armazenagem está perto do limite. Segundo o Sindamar (Sindicato das Agências de Navegação Marítima de São Paulo), cerca de 250 mil toneladas deixaram de embarcar até o dia 25, o equivalente a 17,86 mil contêineres, destinados principalmente a Europa, Estados Unidos e Ásia. Desde o início da greve, os prejuízos passam de US$ 100 milhões, estima o Sindamar.

A fim de normalizar o abastecimento de combustíveis, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou ontem que as distribuidoras compartilhem seus equipamentos logísticos. Pedida por Raízen Combustíveis, Petrobras Distribuidora e Ipiranga Produtos de Petróleo, a medida será estendida às demais empresas do setor que tiverem interesse em dividir suas bases de distribuição.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Os petroleiros desafiaram a Justiça do Trabalho e iniciaram greve em refinarias
A situação vai se normalizando, mas caminhoneiros fazem o décimo dia de protestos em ao menos em 6 Estados
https://www.osul.com.br/o-setor-produtivo-do-pais-teve-perdas-bilionarias-com-a-paralisacao-dos-caminhoneiros-da-agricultura-a-aviacao-todos-os-segmentos-contabilizam-prejuizos/ O setor produtivo do País teve perdas bilionárias com a paralisação dos caminhoneiros: da agricultura à aviação, todos os segmentos contabilizam prejuízos 2018-05-30
Deixe seu comentário
Pode te interessar