Terça-feira, 14 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de dezembro de 2015
Pouco antes do início da votação na Câmara dos Deputados que selou o destino do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 29 de setembro de 1992, um deputado subiu à tribuna para revelar que, na véspera, o Palácio do Planalto havia organizado três jantares para tentar deter o impeachment.
“Em um deles eram esperados 30 deputados, mas só apareceram seis deputados. Esses seis tiveram de jantar três vezes naquela noite, um em cada casa, porque eram os únicos dispostos para a festa macabra”, informou o então estreante Jaques Wagner (PT-BA).
Vinte e três anos depois, o destino da presidenta Dilma Rousseff, alvo de denúncia que pode apeá-la do Planalto, depende, em parte, de veteranos da deposição de Collor. Algoz do alagoano em 1992, o fundador do PT Hélio Bicudo é atualmente um dos autores da tese de que a chefe do Executivo cometeu crime de responsabilidade.
Relator da CPI que empurrou Collor ao despenhadeiro, Benito Gama (PTB-BA) diz que o tempo joga contra o governo. Quanto mais tardar a votação, maior tende ser a mobilização anti-Dilma. (Folhapress)