Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 22 de janeiro de 2019
O presidente em exercício, Hamilton Mourão, afirmou nesta terça-feira (22) que o “único problema” do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, é o sobrenome que ele tem. Flávio é investigado na área cível por movimentações financeiras atípicas. As informações são da agência de notícias Reuters.
“O problema é dele. Mas o que acontece? Há essa repercussão toda pelo sobrenome dele. Assim como ele, tem mais outros 25 lá da Assembleia Legislativa investigados por problemas similares”, disse ele, ao comentar. “O único problema do senador Flávio é o sobrenome, se o sobrenome dele fosse Silva…”
Mourão disse que é preciso aguardar a “extensão dos acontecimentos” no caso dessas investigações, mas destacou novamente que o governo está “tranquilo”.
“Vamos aguardar para ver qual extensão dos acontecimentos, né? A Justiça está fazendo o trabalho dela, a investigação tá fazendo o trabalho dela, então tem que aguardar, né?”, disse Mourão, em rápida fala na chegada ao seu gabinete em Brasília, na volta de uma viagem ao Rio de Janeiro.
Mourão assumiu o comando país no domingo à noite, após Bolsonaro viajar para a Suíça a fim de participar do Fórum Econômico Mundial em Davos.
O presidente em exercício disse que não compete a ele analisar a situação de Flávio. “O governo está tranquilo e isso não é um fato que nos interessa por enquanto. Quando passar a interessar aí será divulgado aquilo que for necessário.”
Mourão não quis opinar sobre reportagens publicadas nesta terça que relatam que Flávio empregou até novembro do ano passado em seu gabinete na Assembleia Legislativa a mãe e a mulher de um ex-policial militar suspeito de comandar milícias no Rio de Janeiro.
Esse ex-policial era um dos alvos de operação deflagrada nesta terça-feira pelo Ministério Público fluminense para prender suspeitos de chefiar milícias que atuam em comunidades.
Arábia Saudita
“O pessoal está se antecipando ao inimigo”, disse nesta terça-feira o vice-presidente Hamilton Mourão ao responder a uma pergunta sobre se a decisão da Arábia Saudita de barrar a importação de carne de frango de frigoríficos brasileiros seria uma retaliação à intenção do governo de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, segundo informações do portal de notícias G1.
Na declaração, Mourão não deixou claro se ao falar em “pessoal” estava se referindo à Arábia Saudita. Procurada pelo G1, a assessoria da Vice-Presidência informou que ele se referia a “analistas e comentaristas de mercado”.
A Arábia Saudita barrou a importação de carne de frango de cinco dos 30 frigoríficos do Brasil que forneciam para o país, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O mercado saudita é o maior comprador desse produto brasileiro.
Mourão, que está no exercício da Presidência em razão da viagem de Jair Bolsonaro a Davos (Suíça), comentou o assunto ao sair do Palácio do Planalto. O vice-presidente foi perguntando se a posição dos árabes seria uma retaliação causada pela discussão do governo de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. “A embaixada não está mudada ainda. O pessoal está se antecipando ao inimigo, pô”, disse Mourão.