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Por Redação O Sul | 22 de outubro de 2015
O presidente norte-americano Barack Obama e o primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif ressaltaram nessa quinta-feira (22) o lado positivo de sua aliança turbulenta, durante reunião na Casa Branca ofuscada por desacordos na área de segurança.
Entre sorrisos e cumprimentos, Obama deu as boas-vindas a Sharif na Casa Branca e clamou por uma “relação de longo fôlego” entre os Estados Unidos e o Paquistão.
Trabalhamos e cooperamos em muitos temas, não só no tema da segurança, mas também em assuntos econômicos, científicos e educacionais”, disse Obama no início da sessão.
Mas a portas fechadas, os funcionários disseram que a preocupação com a segurança a longo prazo será a dominante.
Os vínculos de Islamabad com os talebans afegãos, o apoio aos grupos terroristas que apontam para a Índia e os EUA e o crescente arsenal nuclear paquistanês são, para Washington, uma grande dor de cabeça na questão da segurança.
A relação entre os Estados Unidos e Islamabad, baseada em uma interdependência e temperada pela desconfiança mútua, tem sido turbulenta.
A relação caiu em uma crise profunda quando se descobriu que o líder dos ataques de 11 de Setembro de 2011, Osama bin Laden, vivia aquartelado em uma cidade paquistanesa.
Apesar dos esforços de Sharif em compor a relação, funcionários americanos veem poucas mudanças na atitude dos poderosos serviços de segurança paquistaneses.
Em sinal deste poder, a visita de Sharif será acompanhada da chegada aos Estados Unidos de Rizwan Akhtar, chefe dos serviços de inteligência do Paquistão, e depois do chefe de estado-maior do Exército, Raheel Sharif.
“Os Estados Unidos simplesmente perderam a paciência depois de muitos anos fornecendo armas e dinheiro aos militares paquistaneses, os paquistaneses simplesmente não fizeram o que os Estados Unidos pediram repetidamente em termos de adotar mão de ferro com os militantes”, disse Michael Kugelman, do Centro Woodrow Wilson.
Mas o Paquistão continua tendo papel central na região.
Os Estados Unidos consideram o país um dos poucos com influência sobre os extremistas e os analistas dizem que Washington usará esta visita de quatro dias para pedir ao premiê Sharif que continue tentando uma nova rodada de conversações.
Os especialistas sustentam que o novo líder taleban Akhtar Mansur tem fortes laços com o Paquistão. (AG)