Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2022
A obesidade mórbida pode enfraquecer a eficácia das vacinas contra a covid em pessoas que nunca foram infectadas pelo vírus, de acordo com um pequeno estudo turco.
Entre as pessoas analisadas no estudo que nunca foram infectadas pela covid e que receberam a vacina da Pfizer, pacientes com obesidade mórbida apresentaram níveis de anticorpos mais de três vezes menores do que outras dentro do peso ideal.
Já entre os que receberam a Coronavac, aqueles com obesidade mórbida e sem histórico de infecção prévia tinham níveis de anticorpos 27 vezes menores do que os com peso normal, de acordo com dados apresentados esta semana no Congresso Europeu de Obesidade em Maastricht, na Holanda. Em comparação, nos 70 voluntários infectados pelo novo coronavírus anteriormente, os níveis de anticorpos foram semelhantes em pessoas com e sem obesidade mórbida.
Para o estudo, os pesquisadores compararam as respostas imunes às vacinas em 124 voluntários com obesidade mórbida — definida como um índice de massa corporal de 40 kg/m2 ou superior — e 166 indivíduos com o peso dentro do ideal — IMC inferior a 25 kg/m2. No geral, 130 participantes receberam duas doses da vacina Pfizer e 160 receberam duas doses da vacina Coronavac.
Embora duas doses da vacina Pfizer “possam gerar significativamente mais anticorpos do que a CoronaVac em pessoas com obesidade grave, é necessária mais pesquisa para determinar se esses níveis maiores de anticorpos fornecem maior proteção contra a covid”, disse em comunicado o responsável pelo estudo, Volkan Demirhan Yumuk, da Universidade de Istambul.
Não vacinados infectados pela ômicron correm risco contra outras variantes
Pesquisadores da África do Sul descobriram que a infecção com a variante Ômicron pode melhorar significativamente a capacidade do sistema imunológico de proteger contra outras variantes, mas apenas em pessoas que foram vacinadas.
Em pessoas não vacinadas, uma infecção pela ômicron fornece apenas proteção “limitada” contra a reinfecção, relataram os pesquisadores na sexta na revista científica Nature.
“Especialmente à medida que a imunidade diminui, os indivíduos não vacinados pós-infecção por ômicron provavelmente terão uma proteção cruzada ruim contra variantes existentes e possivelmente emergentes do SARS-CoV-2”, disseram eles. “A implicação pode ser que a infecção por ômicron por si só não seja suficiente para a proteção, e a vacinação deve ser administrada mesmo em áreas com alta prevalência de infecção por ômicron para proteger contra outras variantes”.
Diferentes vacinas
Enquanto as vacinas da Pfizer e da Moderna geram níveis mais altos de anticorpos para proteger contra a infecção da covid, a vacina da AstraZeneca oferece proteção equivalente contra internações e mortes pelo vírus, segundo uma revisão de diferentes estudos feita por especialistas no Sudeste da Ásia.
Um painel de especialistas revisou 79 estudos anteriores para um estudo financiado pela AstraZeneca. Os diferentes tipos de vacinas mostraram mais de 90% de eficácia contra hospitalizações e mortes, disseram os participantes em um relatório publicado na Research Square antes da revisão por pares.
“O alto nível de anticorpos formado após a vacinação contra a covid é frequentemente interpretado como a eficácia de uma vacina. Agora entendemos que, embora os níveis iniciais de resposta de anticorpos possam variar entre as vacinas, sua capacidade de evitar hospitalização ou morte pela covid é equivalente”, disse em comunicado Erlina Burhan, especialista em doenças pulmonares da Universidade da Indonésia.
Um porta-voz dos participantes do painel disse que as descobertas sugerem que os responsáveis pelas decisões em diferentes locais devem usar qualquer tipo de vacina que seja acessível e ideal para sua situação local, e que as pessoas que podem escolher a vacina devem saber que a que podem obter mais rapidamente é a melhor.