Sábado, 28 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2016
A maioria dos brasileiros não troca de local de compras mesmo que esteja pagando mais caro pelos produtos. É o que mostra pesquisa do SPC Brasil e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) . De acordo com o levantamento, realizado em dezembro do ano passado, apenas 24% dos consumidores trocam de supermercado por causa do preço.
Além disso, a maior parte (51,1%) não pesquisa preço antes de comprar. A pesquisa indica ainda que, ao comprar, quatro em dez não tentam barganhar desconto e apenas 20,4% costumam guardar dinheiro para comprar os produtos à vista.
“Isso reforça a ideia de comodismo. O consumidor está acostumado com aquele local e não troca, mesmo que isso signifique pagar mais”, avalia José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil. “Hoje, há várias formas de pesquisar preço, a própria internet ajuda. As vendas estão ruins, o que abre espaço para barganhar desconto. E mesmo assim ele não pechincha.”
Por não pesquisar o preço, o consumidor fica muito à mercê do que ele chama de “achismo”. “Ele acha que está barato, mas se baseia em suas memórias, e não em fatos concretos. Acaba fazendo bobagem por causa disso”, diz o educador financeiro.
Descontrole.
A pesquisa mostra que 45,8% dos consumidores não controlam o orçamento. A maior dificuldade, para 37,9%, é a falta de hábito. Além disso, o fato de não verem qualquer vantagem em anotar os gastos é motivo de desistência para 18,5%.
Outra dificuldade é o uso do crédito. Muitos utilizam cheque especial e cartão de crédito como extensão da renda. Segundo o levantamento, 15,7% dos que estão no vermelho reconhecem que usam todos os meses o limite nessas duas linhas de crédito para fazer frente as contas.
Como consequência, 33% não sabem o valor das prestações que têm para pagar no próximo mês, enquanto 29,1% desconhecem inclusive a renda total que receberão no mês seguinte.
“O consumidor acaba aprendendo pela dor. Você tem uma geração que se acostumou com crédito e consumo fácil. Para pais e avós, tudo era mais difícil. Eles pensavam antes de tomar atitudes. De um tempo para cá, tudo ficou fácil”, avalia o educador financeiro.
O risco, afirma Vignoli, é o consumidor jogar a toalha e desistir de colocar as contas em dia. “Não adianta se apavorar. Tem que chamar a família, reunir todo mundo e colocar ordem no negócio.” O primeiro passo para reverter o descontrole financeiro é fazer um raio-X dos gastos e ver o que pode ser cortado. Isso não fica só nas pequenas despesas do dia a dia – no cafezinho ou no cinema uma vez por semana –, mas também inclui rever TV por assinatura e aluguel, se consumir muito da renda. (Folhapress)