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Economia Opep+ aumentará oferta de petróleo em 400 mil barris por dia, diante da preocupação com o suprimento durante a instabilidade causada pela invasão russa à Ucrânia

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Economistas avaliam que essa alta não é pontual e as consequências do confronto ainda devem se estender por muitos anos. (Foto: Reprodução)

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou nesta quarta-feira (2) que elevará a oferta da commodity em 400 mil barris por dia (bpd) em abril.

O acréscimo tem sido lido como modesto pelos mercados em face da disparada recente nos preços do petróleo a um patamar superior a US$ 110 por barril nos contratos futuros, maior nível desde 2014. O movimento vem na esteira de preocupações quanto a oferta global do óleo em meio ao conflito entre Rússia e Ucrânia.

Segundo a Opep+, “os fundamentos atuais e a perspectiva apontam para um mercado de petróleo equilibrado”, e a “volatilidade” recente se dá pelo cenário geopolítico, e não por mudanças nos fundamentos.

Os contratos do petróleo seguiram o ritmo de valorização visto nos últimos dias e voltaram a registrar forte valorização nesta quarta-feira, com os barris rompendo a marca de US$ 110. Os novos desdobramentos envolvendo a guerra na Ucrânia e dados do setor contribuíram para manter a commodity em alta.

O Brent para maio – negociado em Londres e o padrão utilizado pela Petrobras –, fechou em alta de 7,58%, a US$ 112,93 o barril – no maior valor desde junho de 2014. Em Nova York, o WTI para abril teve ganho de 6,95%, cotado a US$ 110,60 – maior patamar desde maio de 2011. Os papéis chegaram a subir mais de 8% ao longo do dia, com o Brent batendo em US$ 114 na máxima do dia, e o WTI, em US$ 112,5.

Na tentativa de aliviar as cotações do petróleo, pressionados pelo conflito no Leste Europeu, organizações internacionais estão aumentando a oferta do ativo no mercado, como a decisão da Opep+ de elevar a oferta da commodity em 400 mil barris por dia em abril. Na terça-feira, membros da Agência Internacional de Energia (AIE) já haviam concordado em liberar suprimentos de suas reservas emergenciais de petróleo.

O acréscimo da Opep+, porém, teve pouco impacto nas cotações de petróleo, e foi lido como modesto pelos mercados em face da disparada recente nos preços. Segundo a Opep+, “os fundamentos atuais e a perspectiva apontam para um mercado de petróleo equilibrado”, e a “volatilidade” recente se dá pelo cenário geopolítico, e não por mudanças nos fundamentos.

Em relatório, a Capital Economics diz que nunca esperou que a Opep+ fosse reverter totalmente seus cortes de produção até o fim deste ano. “Mas agora estamos ainda mais céticos, à medida que a produção russa terá dificuldades com desafios operacionais associados às sanções”, diz o economista para commodities, Edward Farned.

O movimento acontece depois das refinarias começarem a se recusar a comprar petróleo russo, enquanto os bancos se recusam a financiar embarques de commodities russas, segundo executivos de petróleo, banqueiros e traders. As empresas estrangeiras de energia também estão se afastando do país: a Shell planeja sair de suas joint ventures com a gigante russa de energia Gazprom, e a BP pretende se desfazer de sua participação de quase 20% na produtora de petróleo estatal russa Rosneft.

Na avaliação do Commerzbank, o mercado precifica cada vez mais uma interrupção nas importações do petróleo russo, diante das sanções. Nesta quarta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reforçou que nenhuma opção está descartada em relação às sanções a Moscou.

Nesse cenário, o recuo de 2,6 milhões de barris nos estoques americanos na semana passada – acima da previsão de analistas –, informados pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), também contribuiu para a valorização do petróleo. O dado ajudou a reforçar a percepção de que a commodity está ficando mais escassa no mercado.

Inflação

Os países agem para tentar evitar uma valorização ainda maior do petróleo, já que a alta dos barris pode agavar ainda mais a inflação, um dos maiores problemas enfrentados por economias de todo o mundo. Entre analistas, a percepção é a de que a alta da commodity pode forçar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a aumentar o ritmo de elevação dos juros a partit de março, aumentando potencialmente o risco de recessão no próximo ano.

Sobre o tema, presidente do Fed, Jerome Powell considerou um aperto monetário mais agressivo, enquanto o dirigente James Bullard disse que o atual conflito na Europa pode provocar um cenário em que a Rússia continue a conseguir vender seu petróleo, mas com desconto. Uma regra prática afirma que uma alta de US$ 10 no preço do barril de petróleo aumenta a inflação geral dos EUA em 0,4 a 0,5 ponto porcentual.

Já o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse que a guerra deverá ajudar a impulsionar a inflação e a reduzir o ritmo de crescimento da zona do euro nas próximas semanas.

A Rússia é um dos principais fornecedores de petróleo e gás natural e um ator importante em algumas outras commodities, incluindo vários metais. Nesta quarta, os contratos de cobre fecharam em alta de 1,50% em Nova York e de 1,72% em Londres. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da Dow Jones Newswires.

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