Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
24°
Thunderstorm

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Operação global usa aplicativo de mensagens desenvolvido pelo FBI para prender 800 pessoas em 17 países

Compartilhe esta notícia:

O FBI decidiu comercializar um aplicativo criptografado próprio para combater o crime organizado. (Foto: Reprodução)

Quadrilhas de tráfico de drogas, assassinos contratados e traficantes de armas pensaram que estavam usando telefones criptografados seguros e de alto custo que os protegeriam enquanto discutiam abertamente as transações de drogas por mensagem de texto. Teve até fotos de abacaxis embalados com cocaína. Mas o que eles estavam realmente fazendo, investigadores revelaram nesta terça-feira (8), era canalizar seus planos direto para as mãos de agentes de inteligência dos EUA.

Uma coalizão internacional de policiais e investigadores anunciou que havia capturado supostos criminosos em todo o mundo após induzi-los a usar telefones carregados com um aplicativo de mensagens criptografadas controlado pelo FBI.

O esforço audacioso – liderado pelo FBI, a polícia australiana e uma série de agências europeias de aplicação da lei – deu aos oficiais uma janela para as conversas das redes criminosas, enquanto as pessoas planejavam carregamentos de drogas ilegais, tramavam roubos e fechavam contratos para assassinatos.

Policiais – alguns dos quais mal conseguiram conter sua alegria nesta terça – anunciaram que prenderam mais de 800 pessoas e ganharam um entendimento sem precedentes sobre o funcionamento de redes criminosas modernas que continuariam alimentando investigações muito além dos ataques internacionais coordenados que ocorreram recentemente.

“O esforço foi uma das maiores e mais sofisticadas operações de aplicação da lei até o momento na luta contra atividades criminosas criptografadas”, disse Jean-Philippe Lecouffe, vice-diretor executivo de operações da Europol, a agência que coordena a atividade policial entre os 27 países da União Europeia, em uma entrevista coletiva em Haia.

Por quase três anos, os policiais estiveram virtualmente dentro no bolso de trás de algumas das principais figuras do mundo do crime. Celulares personalizados, comprados no mercado paralelo e instalados com a plataforma controlada pelo FBI, chamada Anom, circularam e cresceram em popularidade entre os criminosos à medida que entidades criminosas de alto perfil atestavam sua integridade.

No passado, o FBI desarticulou plataformas criptografadas usadas por criminosos para se comunicarem e se infiltrou em outras. Desta vez, decidiu comercializar um aplicativo criptografado próprio para combater o crime organizado, o tráfico de drogas e as atividades de lavagem de dinheiro em todo o mundo. O esforço do FBI foi auxiliado por um colaborador pago que anteriormente havia comercializado outros dispositivos criptografados para membros do submundo do crime global.

Autoridades australianas revelaram a operação em virtude da necessidade de interromper tramas perigosas que estavam em curso no aplicativo e por causa do caráter limitado das autorizações legais para interceptar as mensagens.

Além disso, segundo o FBI, a investigação foi encerrada perto do fim da autorização porque as provas reunidas já seriam suficientes, de acordo com Suzanne Turner, uma das responsáveis pelo caso nos EUA.

Mensagens diretas

Um grande avanço veio depois que alguns policiais australianos se reuniram com agentes do FBI em 2018 para tomar algumas cervejas, de acordo com as autoridades. Os australianos, então, desenvolveram uma capacidade técnica para acessar, quebrar a criptografia e ler comunicações na plataforma do FBI. Os usuários acreditavam que seus dispositivos Anom estavam protegidos por criptografia. Eles realmente estavam, mas todas as mensagens também foram enviadas diretamente para os agentes da lei.

“Essencialmente, eles se algemaram ao endossar e confiar no Anom e se comunicar abertamente dentro dele – sem saber que estávamos assistindo o tempo todo”, disse o comissário da Polícia Federal Australiana, Reece Kershaw.

A operação global, conhecida como Operação Especial Ironside na Austrália e Trojan Shield nos Estados Unidos e na Europa, supostamente expôs criminosos ligados a cartéis de drogas sul-americanos, grupos de tríades na Ásia e quadrilhas criminosas com bases no Oriente Médio e na Europa. No total, 17 países participaram do esforço.

As autoridades disseram que as batidas nesses países nos últimos dias apreenderam mais de 8 toneladas de cocaína, 22 toneladas de maconha e haxixe, 2 toneladas de metanfetamina e anfetamina, 250 armas de fogo, 55 veículos de luxo e mais de US$ 48 milhões em dinheiro e criptomoedas.

Mais de 9 mil policiais estiveram envolvidos, examinando 27 milhões de mensagens enviadas por meio do aplicativo durante os 18 meses de operação. Os criminosos suspeitos usaram o aplicativo como um WhatsApp ilícito ou sistema de mensagem de texto, comunicando-se em 45 idiomas para trocar detalhes de suas atividades, disseram as autoridades. Os países com mais usuários foram Alemanha, Holanda, Espanha, Austrália e Sérvia, de acordo com um processo do FBI em um tribunal federal que foi aberto na noite de segunda-feira (7).

tags: em foco

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Bilionários dos Estados Unidos usaram brechas para pagar pouco ou nada de imposto de renda
Presidente Emmanuel Macron é agredido em viagem ao sul da França; duas pessoas foram detidas
https://www.osul.com.br/operacao-global-uma-aplicativo-de-mensagens-desenvolvido-pelo-fbi-para-prender-800-pessoas-em-17-paises/ Operação global usa aplicativo de mensagens desenvolvido pelo FBI para prender 800 pessoas em 17 países 2021-06-08
Deixe seu comentário
Pode te interessar