Sábado, 17 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2020
As investigações da Polícia Civil ocorreram em conjunto com o Ministério Público
Foto: Polícia Civil/DivulgaçãoA Polícia Civil deflagrou, na manhã desta terça-feira (02) a Operação Aves de Rapina. A ofensiva foi realizada para combater a articulação entre advogados e profissionais da saúde – médicos e enfermeiras – para fraudar o IPE Saúde (Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul) por meio de ações judiciais que exigem fornecimento do serviço de home care a pacientes.
Quatro pessoas foram presas: um advogado, dois empresários e uma enfermeira. As investigações ocorreram em conjunto com o Ministério Público de Palmeira das Missões e contaram com o auxílio de diversos órgãos de fiscalização e controle.
Ordens judiciais foram cumpridas contra os agentes apontados como responsáveis pelo ajuizamento das demandas judiciais, elaboração de orçamentos e confecção de laudos, além de apreensão de documentos.
Esquema
O esquema movimentou 42 processos na Justiça de Palmeira das Missões, no Noroeste do Estado, desde 2014. Testemunhas contaram que um advogado, que é o principal investigado, cobrava R$ 6 mil para propor as ações, que estariam baseadas em laudos médicos fraudulentos.
Os valores desse tipo de serviço de atendimento domiciliar podem variar, por exemplo, de R$ 10 mil a R$ 80 mil, dependendo da necessidade de cada paciente — já que envolve uso de equipamentos, medicação e dieta especiais e atendimento multidisciplinar. É como uma hospitalização em casa. Entre 2016 e outubro do ano passado, o IPE-Saúde gastou R$ 37,7 milhões em home care.
Além da concentração de pedidos em uma mesma cidade e região, outros elementos contribuíram para levantar suspeitas em relação aos pedidos em Palmeira das Missões: a solicitação na Justiça era feita, inicialmente, sempre pelos mesmos dois advogados. Depois, só um seguiu no esquema.
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