Quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de outubro de 2015
Com o agravamento das denúncias sobre as contas secretas no exterior do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e de seus familiares, os principais partidos de oposição decidiram, no sábado, cobrar publicamente que o peemedebista se afaste da presidência da Câmara dos Deputados.
Esse é o principal revés sofrido por Cunha entre seus aliados desde que se tornou alvo de investigação do STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta participação no esquema de corrupção na Petrobras.
Em nota, PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade defendem o “afastamento do cargo de presidente até mesmo para que ele possa exercer, de forma adequada, seu direito constitucional à ampla defesa”. Questionado no sábado sobre eventual saída do cargo caso líderes cobrassem o afastamento, Cunha disse que “não”.
Dispostos a emplacar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Congresso, que depende do aval do presidente da Câmara para tramitar, os oposicionistas se alinharam a Cunha e ofereceram sustentação política desde que ele se tornou alvo de inquérito no Supremo.
Nas últimas semanas, delatores da Lava-Jato implicaram o peemedebista com novas acusações, e sua situação se agravou depois que um dossiê entregue pelo Ministério Público da Suíça à Procuradoria-Geral da República mostrou que dinheiro de propina paga para viabilizar um negócio com a Petrobras alimentou contas secretas atribuídas a Cunha, e sua mulher, Claudia Cruz.
Ao revelar o caminho do dinheiro pelas contas de Cunha, os documentos mostram que, da conta em nome da mulher do deputado saíram recursos para o pagamento de despesas pessoais de 1,09 milhão de dólares (o equivalente a 4,1 milhões de reais) em sete anos, incluindo faturas de dois cartões de crédito e pagamentos a uma famosa academia de tênis na Flórida (EUA).
Nos bastidores, deputados da oposição defendem que Cunha renuncie ao cargo, mas sugerem que podem preservar seu mandato parlamentar. Se ele perder o mandato e, consequentemente, o foro privilegiado, eventual investigação de novas denúncias será feita pela Justiça comum, e não mais pelo STF.