Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de janeiro de 2018
Pesquisa do instituto Rasmussen apontou uma vantagem de 10 pontos percentuais da empresária e apresentadora de TV Oprah Winfrey sobre o presidente Donald Trump em uma hipotética disputa eleitoral em 2020 nos EUA, informou o blog político The Hill.
Na consulta, 48% disseram que votariam em Oprah, contra 38% que votariam para reeleger Trump. Outros 14% disseram estar indecisos.
Oprah seria a favorita de 76% dos democratas, de 22% dos republicanos e de 44% dos independentes.
Já 66% dos republicanos prefeririam Trump, que teria a preferência de 12% dos democratas e de 38% dos independentes, segundo a consulta do instituto, de tendência conservadora.
Uma eventual candidatura de Oprah à Presidência dos EUA em 2020 virou o assunto predominante na imprensa norte-americana depois que ela foi aplaudida de pé em um discurso de tom altamente político na cerimônia do Globo de Ouro, no último domingo (7).
Segundo a rede de notícias CNN, dois amigos de Oprah confirmaram que ela vem pensando seriamente na hipótese há vários meses. A CNN não identificou os amigos, que falaram sob condição de anonimato. Ao menos um enfatizou que Oprah não havia tomado decisão final.
Ainda de acordo com a pesquisa da Rasmussen, 55% têm uma imagem favorável de Oprah, contra 34% que têm uma imagem desfavorável dela. Já 55% desaprovam o trabalho de Trump como presidente, enquanto 44% aprovam.
Um porta-voz da Casa Branca disse que Trump aceitaria o desafio de concorrer à reeleição tendo Oprah como rival. “Nós saudamos o desafio, seja de Oprah Winfrey ou de qualquer outra pessoa”, disse Hogan Gidley a repórteres a bordo do avião presidencial dos EUA, o Air Force One, durante um voo para Nashville, na segunda-feira (8). “Nós saudamos todos os desafiantes”.
Mais tarde, o próprio afirmou que derrotaria a oponente hipotética. “Ganho da Oprah”, disse ele, durante encontro com parlamentares em Washington, lembrando ter participado com sua família do programa de TV dela. “Oprah [como adversária] seria algo divertido.”
A Rasmussen ouviu 1.000 prováveis eleitores nos dois dias seguintes ao discurso de Oprah. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Comício de campanha
No Globo de Ouro, Oprah usou o palanque para promover o movimento “Time’s Up” (O tempo acabou) contra assédio e abuso sexual, mostrando seu apoio às pessoas que expuseram condutas sexuais inadequadas em Hollywood e outras áreas na política e na mídia.
“Ela tinha aquele salão em suas mãos. Foi como um comício de campanha”, disse Sherry Bebitch Jeffe, membro da Escola de Políticas Públicas da Universidade do Sul da Califórnia.
O discurso de nove minutos gerou duas ovações de pé das estrelas de Hollywood e gerou 220 mil publicações nas redes sociais mencionando as palavras “Oprah” e “presidente” em somente 24 horas, disse Todd Grossman, da companhia de análise de redes sociais Talkwalker.
Após o republicano Trump vencer a corrida à Casa Branca em 2016 com ajuda de sua fama como estrela de reality show, já não parece inverossímil considerar uma campanha similar para Oprah, uma atriz, produtora de TV e cinema, e chefe-executiva de seu próprio canal de TV, disseram analistas políticos.
Oprah, há tempos associada às políticas do Partido Democrata e a angariação de fundos ao partido, iria provavelmente enfrentar um campo lotado nas primárias democratas para a corrida de 2020.
Mas por conta de suas conexões, Oprah pode ter uma vantagem de angariação de recursos sobre seus rivais na liberal Hollywood, que é frequentemente chamada de caixa eletrônico para candidatos democratas.