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Agro Organização e união contribuem para melhores resultados no campo

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Presidente Carlos Simm na abertura do evento.

A segunda edição do seminário Agronegócio em Debate, promovido pela Federacite em comemoração aos 40 anos do Movimento Citeano, foi mais um sucesso. Dentro da programação da Fenarroz, em Cachoeira do Sul, nesta quarta-feira (25), teve público seleto e interessado. Os palestrantes mostraram que com inteligência e organização é possível superar crises e ultrapassar obstáculos. O evento também contou com o depoimento de Citeanos que seguiram as experiências de sucesso compartilhadas nos Clubes e saíram vencedores de situações de crise.  

Foi o caso de Carlos Wachholz, de Cachoeira do Sul que apresentou sua história no seminário. Depois de uma frustração de safra de arroz, ele esteve a ponto de vender todo o plantel de gado para cobrir as dívidas. “Na reunião do Cite 125, do qual faço parte, ouvi os demais colegas que me motivaram a continuar e hoje a cabanha vai de vento em popa”, comemora. Já o presidente do Cite 125, Maurício Tisato, mostrou que as compras conjuntas também são uma possibilidade para quem integra o movimento Citeano. “Em apenas uma compra de adubo, fizemos uma economia de R$ 15 mil”, comemora.

Para manter a organização, fundamental para a tomada de decisão, não são necessárias grandes tecnologias ou investimentos. Pequenos controles que podem ser feitos numa folha de papel fazem toda a diferença. O consultor de empresas Rogério de Melo Bastos garante que a principal ferramenta é a atitude. “Temos que buscar o diferencial, fazer o que não foi feito antes para conseguir melhores resultados”, explica. Ele afirma que nem sempre um investimento em máquina ou insumos de ponta pode refletir uma maior rentabilidade. “Mas para tomar esta decisão é preciso conhecer os números da empresa”.

A gestão de pessoas também é ponto crucial de qualquer empresa, inclusive as do setor rural. “São as pessoas que tomam decisões, todas as mudanças propostas são realizadas por pessoas. E as pessoas são movidas por reconhecimentos”, explica a psicóloga e consultora em gestão pessoal, Kátia Saraiva. Segundo ela, reconhecer um colaborador nem sempre significa dar melhores salários. Ainda na parte de gestão de pessoal, o assessor jurídico da Farsul, Álvaro Moreira explicou que o empregador precisa tomar todos os cuidados preventivamente, especialmente formalizando relações de trabalho.

A gestão ambiental e o cumprimento de exigências pelos produtores também foi tema no seminário. Segundo o consultor da Maia Assessoria Ambiental, Ivo Lessa, a entrega do Cadastro Ambiental Rural vem revelando distorções que mostram o quanto existe de informação equivocada no setor. “Cachoeira do Sul, por exemplo, teve mais área declarada no CAR do que realmente existe, segundo o IBGE, no município”, afirma.  

Na parte de gestão fundiária, o palestrante Derly Girardi, alertou os produtores presentes da importância de observar todos os critérios para que uma propriedade seja considerada produtiva. “Estamos buscando reverter algumas interpretações. Quem trabalha com gado jovem sempre será prejudicado, pois para animais com até dois anos, são exigidas duas unidades animais por hectare, o que sabemos que é impossível”, alerta.

O próximo evento da série Agronegócio em Debate: Gestão Sustentável será realizado em Camaquã no dia 14 de julho. O presidente da Federacite, Carlos Simm, afirma que é com este tipo de atividade, “que desperta a reflexão e aponta possiblidades que o agronegócio, que tanto contribui com a economia brasileira, vai continuar na dianteira da saída da crise.”

Movimento Citeano

Cite é a sigla para Clubes de Integração e Troca de Experiências. A iniciativa surgiu no Rio Grande do Sul, na década de 1970, como forma de dinamizar a produção agropecuária. O Movimento Citeano nasceu com o objetivo de organizar grupos para a adoção de novas tecnologias, troca de experiências e até mesmo uso comum de máquinas e equipamentos, ações que têm como base os princípios do associativismo e cooperativismo.

Este conceito de Clubes de Integração e Troca de Experiências surgiu na França da década de 1940, após a Segunda Guerra, como forma de encontrar soluções para a reorganização do setor produtivo.  Logo após a ideia se espalhou pela Europa e acabou vindo para a América Latina.

O Rio Grande do Sul conta com 127 Cites registrados, que reúnem 1,4 mil produtores.

 

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