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Brasil Os atiradores da escola em São Paulo eram amigos de infância extremamente calados, relataram vizinhos

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Guilherme Taucci (D), de 17 anos, tinha problema de relação familiar e teria sido dispensado da locadora do tio, um dos mortos. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Os dois rapazes que invadiram a escola Raul Brasil nesta quarta-feira (13) eram amigos de infância e andavam sempre junto. Na rua de paralelepípedos no bairro Cruzeiro do Sul, a 1.300 metros distante do colégio onde ocorreu a tragédia, os vizinhos descrevem os dois amigos como extremamente calados.

O que mais chamava atenção dos vizinhos é que, mesmo com calor de 30 graus, eles estavam sempre vestidos de preto, com jaqueta e capuz.

Guilherme Taucci tinha 17 anos. Luís Henrique completaria 26 no próximo sábado (16). Mesmo com a diferença de idade, eram inseparáveis.

Luís Henrique é descrito como um rapaz fechado e nervoso. Já chegou a bater no pai, no meio da rua. Guilherme foi criado pelos avós maternos. A mãe é dependente química e teria vários filhos, com pais diferentes. O pai de Guilherme também seria dependente químico. A mãe vive em Suzano, na Grande São Paulo. A avó de Guilherme morreu em dezembro passado.

Apesar das dificuldades — a família, segundo vizinhos, chegou a passar fome — Guilherme era um garoto tranquilo até chegar a adolescência. Há dois anos, abandonou a escola, a mesma que invadiu nesta quarta. Guilherme chegou a trabalhar com o tio, Jorge Antonio Moraes, um dos mortos. Ele teria dispensado o sobrinho do trabalho recentemente.

A mãe de Guilherme foi levada à delegacia para depor, mas todos dizem que ela pouco sabia do filho e, quando se encontravam, geralmente discutiam. A maior diversão do garoto era jogar videogame, na maioria das vezes em lan houses, junto com Luís Henrique. Os dois também costumavam jogar bola.

Luis Henrique trabalhava com o pai, em Guaianases. Nesta quarta, disse que não estava se sentindo bem e não foi. Guilherme passava o dia em casa, saia pouco.Os vizinhos dizem que Guilherme começou a se mostrar mais retraído há cerca de dois anos, justamente quando deixou a escola.

Magro, ele não gostava das espinhas que chegaram com a adolescência e chegou a dizer para garotos do bairro que não iria mais à escola porque não tinha amigos. Ele ficava sempre isolado. Não há, porém, relatos de bullying.

Em uma lan house, a menos de um quilômetro da rua onde Luiz Henrique morava, costumavam jogar pela internet. Segundo os proprietários do estabelecimento, a maioria dos clientes faz amizade e brincadeiras. Os dois, no entanto, pouco conversavam.

Um dos jogos preferidos da dupla no computador era o “Counter Strike”, jogo de tiro em primeira pessoa — quando o jogador assume o ponto de vista do personagem na tela. No game, cuja versão original remonta ao fim dos anos 1990, cada jogador opta por ser um terrorista ou um contraterrorista. Com comandos simples e gráficos muito realistas, traz uma variedade de armas que vão de desde facas às armas primárias, rifles, submetralhadoras, bombas, metralhadoras, MP5 Navy, M4A1 e até a famosa AK-47.

No console X-Box, jogavam um contra o outro os jogos “Mortal Kombat” e “Call of Duty”. O primeiro é um clássico jogo de luta que tem origem no início dos anos 1990 e já vendeu mais de 35 milhões de unidades no mundo inteiro. O segundo é outro jogo de tiro em primeira pessoa ambientado em teatros de guerra inspirados na História, incluindo a Segunda Guerra Mundial. Com gráficos também muito elaborados, tem uma lista de apetrechos e armamentos incrivelmente realistas.

Segundo frequentadores, os dois chamavam atenção não só pela falta de interação com os demais, mas porque tinham uma corrente com um pingente em formato de uma cruz de malta com a suástica nazista no meio. Eles revezavam o uso do adereço.

Nesta quarta, a polícia recolheu o computador de número 9 que a dupla usava, e um tablet na casa de Luiz Henrique. Os policiais investigam se os dois planejaram e comentaram sobre o crime em um grupo chamado “Dogolachan”, uma espécie de fórum virtual em que o discurso de ódio é a regra.

Dois dos fundadores deste espaço virtual já foram presos, acusados de liderar grupos que incitam ao ódio na internet. O fórum só é acessível na chamada “deep web”, uma espécie de área escondida da internet, em que não há controle de conteúdo.

 

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