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Economia Os brasileiros abrem sete de cada dez indústrias no Paraguai. O imposto, a luz e a mão de obra baratos incentivam a migração para o país vizinho

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O número de empresas que pediram informações sobre como operar no país vizinho cresceu quase 64% em 2017. (Foto: Reprodução)

Sete em cada dez indústrias que se instalaram no Paraguai nos últimos cinco anos são de brasileiros, segundo dados do governo local. Em comum, os que buscam o país vizinho como alternativa são empresários de setores que morrem no Brasil, vítimas de uma perda crônica na capacidade de competir.

Eles foram atraídos por uma vertiginosa diferença (para menos) nos custos trabalhistas, na conta de energia elétrica e nos impostos, capaz de tirar do vermelho suas margens de lucro e recolocá-los, com preços competitivos, na disputa global por consumidores.

Com a retomada da economia brasileira e a alta da cotação do dólar, neste ano, os industriais voltaram a ganhar fôlego. Mas, em muitos casos, estão aproveitando o embalo para expandir (ou iniciar) a produção no Paraguai.

Na embaixada brasileira em Assunção, o número de empresas que pediram informações sobre como operar no país vizinho cresceu quase 64% em 2017. Foram 445 consultas contra 272 em 2016.

Só no último mês, três empresas brasileiras se habilitaram a entrar no regime de maquila -em que a produção é 100% exportada e, com isso, paga-se menos imposto. Duas são do setor de confecções e uma, do metalúrgico.

“A indústria é nômade, ela se move. Assim como um dia saiu dos Estados Unidos rumo à China, as que estão no Brasil, vendo facilidades dentro do Mercosul, buscam essas alternativas”, afirma Júlio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). “Isso deve nos fazer refletir sobre a competitividade do Brasil”.

Desde que assumiu, em 2013, o presidente paraguaio Horacio Cartes vem fazendo intensa campanha para atrair investidores do Brasil. Ele e o ministro da Indústria, Gustavo Leite, costumam defender, em bom português, as vantagens da maquila a industriais brasileiros.

Sócios na Zenaplast, filial paraguaia de uma fábrica de embalagens para defensivos agrícolas, os empresários José Luis Duarte Filho e Fernando Fermino iniciaram há poucos meses a operação em um segundo galpão na cidade de Hernandárias, a 20 quilômetros de Foz do Iguaçu (PR).

Abriram uma metalúrgica para fundir peças de caminhão e panelas de ferro com um terceiro parceiro brasileiro, que estudava há dois anos a mudança para o Paraguai.

Eles contam que muitos empresários do Brasil os visitaram para conhecer a operação. No início, traziam perguntas comuns do lado de cá da fronteira. “Queriam saber se o governo daria o terreno para instalação ou como obter financiamento público. Isso não existe no Paraguai.”

Quais os regimes no Paraguai:

Regime de Maquila

A empresa fica livre de pagar imposto de importação da matéria-prima e do maquinário desde que exporte um novo produto, com parte da produção no Paraguai, em até um ano. As maquiladoras são empresas que têm como finalidade a exportação e, por isso, têm limites para vender no mercado paraguaio. As normas do Mercosul exigem conteúdo regional de 40% a 60% para o comércio sem tarifas dentro do bloco.

Zona franca

Voltado principalmente para o setor comercial, atraiu indústrias no Paraguai. Neste modelo, a empresa tem que ficar dentro de uma das duas zonas francas que existem no país (ambas em Ciudad del Este) e ter um contrato com a concessionária da zona. Caso venda no mercado paraguaio, a taxação é semelhante à das empresas normais.

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