Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de agosto de 2017
Os brasileiros sacaram R$ 44 bilhões de recursos de contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia de Tempo de Serviço). A procura superou expectativas do governo. Segundo a Caixa Econômica Federal, oito em cada dez pessoas que tinham o direito de fazer o resgate requisitaram o dinheiro. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (7) pela instituição financeira.
Ao todo, 25,9 milhões de pessoas foram beneficiadas. Quando anunciou a liberação dos recursos, o governo estimava que 30,2 milhões de brasileiros teriam direito ao saque. No entanto, durante o processo, constatou-se que mais pessoas poderiam ter o benefício: 32,7 milhões. Isso porque vários trabalhadores foram às agências para atualizar os dados, ou seja, mostraram a carteira de trabalho com rescisões de contratos que não estavam registradas na Caixa. Dos cotistas que poderiam sacar, 79% exerceram o direito.
O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, explicou que essas retificações ainda fizeram os valores serem maior que o esperado inicialmente. Quando anunciou a possibilidade de o trabalhador retirar os recursos das contas inativas, o governo calculava que – no máximo – o brasileiro poderia sacar até R$ 43,6 bilhões. Já considerava, entretanto, que alguns não exerceriam o benefício por terem disponível um valor muito baixo.
Occhi ressaltou que apenas quem estava impossibilitado de sacar por doença ou por prisão pode ainda efetuar o resgate das contas inativas. Essa possibilidade está aberta até o fim do ano que vem. O presidente da Caixa disse ainda que o governo não pretende reabrir o prazo para saques.
“Está descartado. Não há a mínima possibilidade de a Caixa ampliar o prazo”, falou o presidente.
O governo tinha a previsão de que o resgate das contas inativa do FGTS poderia dar um impulso de 0,5% ao PIB (Produto Interno Bruto). Questionado, se não fosse a injeção desses recursos, o País teria mais um ano de recessão, Occhi afirmou ser difícil responder, mas ressaltou a importância da liberação dos recursos para a reativação da atividade.
Prazo maior
Um decreto assinado pelo presidente da República, Michel Temer, prorrogou o prazo de resgate até 31 de dezembro de 2018 apenas para quem comprovar que não pode comparecer pessoalmente às unidades no cronograma.
Para ter direito ao prazo estendido, o trabalhador deve comprovar a “impossibilidade de comparecimento pessoal para solicitação da movimentação dos valores do FGTS de 10 de julho de 2017 até 31 de julho de 2017”. Tal comprovação só pode ser feita nos casos de moléstia grave e de cumprimento de pena ou prisão administrativa restritiva de liberdade. (AG)