Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Educação Os estudantes brasileiros não conseguem trabalhar de forma colaborativa

Compartilhe esta notícia:

Estudantes não conseguem resolver problemas em conjunto. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Um relatório divulgado na terça-feira com dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) revelou que os estudantes brasileiros estão entre os piores, em meio a 52 países ou economias com dados disponíveis, no que diz respeito a resolver problemas de maneira colaborativa, ou seja, escutando outras opiniões, compartilhando esforço com outros colegas e reunindo conhecimentos para chegar a uma solução. A média de 412 pontos obtida pelos brasileiros nessa competência ganha somente da Tunísia, que registrou 382 pontos.

A nota brasileira fica bem distante da média de 500 pontos dos 32 países da OCDE (Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico), responsável pelo estudo. Outras nações da América do Sul, como o Chile e o Uruguai também tiveram nota superior, com 457 e 443, respectivamente. Cerca de 125 mil jovens de 15 anos de idade nesses 52 países participaram da avaliação sobre resolução de problemas de maneira colaborativa.

A análise da proficiência dos estudantes nessa competência evidencia um cenário ainda mais complicado para o Brasil. Cerca de 64% dos estudantes brasileiros têm desempenho baixo quando o assunto é resolver problemas de maneira colaborativa. A avaliação classificou o percentual de alunos em cinco níveis de proficiência: abaixo de 1, nível 1, nível 2, nível 3 e nível 4. Nesta escala, considerou os estudantes em patamares inferiores ao nível 2 como aqueles que têm desempenho baixo.

Cerca de 21,2% dos alunos do país avaliados no Pisa – um em cada cinco estudantes- foram localizados no patamar abaixo do nível 1, o que significa que sequer têm essa habilidade. A maior parte dos estudantes brasileiros (43%) ficou na faixa do nível 1, ou seja, “se concentram em seu papel individual dentro do grupo, mas com ajuda dos colegas podem ajudar a encontrar solução para um problema simples”.

Somente 0,6% desses jovens estão no nível mais alto, quando são capazes de resolver problemas de alta complexidade em colaboração com os colegas. Segundo o relatório, esses estudantes “asseguram que os membros da equipe atuem de acordo com seus papéis acordados”. Também “tomam iniciativa e executam ações ou fazem pedidos para superar obstáculos e resolver desentendimentos e conflitos.”

A realidade é bem diferente entre os países da OCDE, onde 28,1% têm baixo desempenho. Nesse grupo, apenas 5,7% dos estudantes estão na pior faixa.

“Os países com bom desempenho nessa habilidade têm estruturas de aula que promovem maior interação durante aprendizado das disciplinas comuns. Percebemos que aulas nas quais há incentivo da colaboração entre pares têm impactos positivos sobre essa competência”, afirmou o diretor de Educação da OCDE, Andreas Schleicher, complementando que políticas que incentivem prática moderada de atividade física e promovam atividades sociais que impulsionem o engajamento dos alunos podem contribuir para esse desenvolvimento.

Schleicher afirmou ainda que, no caso do Brasil, é necessário melhorar primeiro seu desempenho em áreas prioritárias a fim de gerar impacto na habilidade de resolução de problemas de forma coletiva. “Um dos pré-requisitos é melhorar o desempenho nas disciplinas básicas como leitura. Colaboração também é fruto de informação.”

O Pisa avalia a cada três anos o desempenho de alunos de 15 anos nas disciplinas de matemática, ciências e leitura. E coleta dados paralelos em relação a esses estudantes. Para analisar a competência relativa à resolução de problemas de maneira colaborativa, o exame aplicou questões interativas e de múltipla escolha, nas quais os outros agentes envolvidos na resolução da tarefa eram simulações computadorizadas. O aluno foi avaliado a partir de suas interações e respostas em relação a esses agentes.

O documento destaca a importância dessa competência: o salário de cargos que demandam essas habilidades são, em média, 20% maiores que os demais.

O relatório mostra ainda um detalhe curioso. Nas nações e economias com melhores desempenho no que diz respeito à capacidade de trabalhar em equipe também são observadas as melhores notas nas avaliações de matemática, leitura e ciências. Em países como Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Cingapura, Estados Unidos e Reino Unido, mais de 69% dos estudantes com melhores notas nessas provas também têm alto desempenho na competência que mede capacidade de resolução de problemas de maneira colaborativa.

Segundo a pesquisa, essa forte relação entre a habilidade de colaboração e boas notas nas provas regulares indica que as competências cognitivas e sociais são desenvolvidas em conjunto na sala de aula.

No Brasil acontece o oposto. A relação entre boas notas nas disciplinas e desempenho satisfatório na competência de resolução de problemas é fraca.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Educação

De 30% a 40% dos homens a partir dos 40 anos de idade terão reflexo na saúde em razão da queda gradual e progressiva dos níveis de testosterona
Saiba como ter o corpo sarado e saudável neste verão
https://www.osul.com.br/os-estudantes-brasileiros-nao-conseguem-trabalhar-de-forma-colaborativa/ Os estudantes brasileiros não conseguem trabalhar de forma colaborativa 2017-11-24
Deixe seu comentário
Pode te interessar