Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2024
Integrantes do Ministério da Fazenda ficam apreensivos com o dólar após falas do presidente Lula.
Foto: ReproduçãoO dólar disparou e virou pauta central no Palácio do Planalto. O governo argumenta que a alta no câmbio é fruto de um ataque especulativo; o mercado, no entanto, vê as falas do presidente Lula como o principal gatilho na disparada recente da moeda americana. Fato é que, em uma semana, o dólar saltou quase R$ 0,30. No entanto, nesta quarta-feira (3), a divisa recuou e voltou a R$ 5,56.
Na última segunda-feira de junho, a moeda americana encerrou o pregão no já elevado patamar de R$ 5,39. Uma semana depois, neste terça-feira (2), bateu R$ 5,66, o maior valor desde janeiro de 2022. Em 30 dias, o dólar subiu 7,32% frente ao real. No acumulado de 2024, a valorização chega a 16,11%.
R$ 5,66
O dólar encerrou a terça-feira (2) com uma alta de 0,20%, a R$ 5,66, depois de ter alcançado a casa dos R$ 5,70 ao longo pregão. Especialistas financeiros disseram que a alta do dia foi influenciada pelas novas críticas de Lula ao Banco Central e a promessa de que o governo deve discutir medidas para o câmbio.
Em entrevista para a rádio Sociedade, em Salvador (BA), o presidente disse que Campos Neto tem um viés político e que esse perfil não deveria estar à frente da instituição. Lula comentou ainda que, durante seu primeiro mandato, nos anos 2000, o Banco Central tinha “autonomia” mesmo estando sob seu “domínio”. “Eu acho que a minha visão sobre o Banco Central não é teórica, é a visão de um presidente que teve um Banco Central sob meu domínio durante oito anos e com total autonomia”, disse.
R$ 5,64
Na segunda-feira (1º), o dólar subiu 0,80%, a R$ 5,64. Novamente, o motivo da alta, segundo especialistas, foram as falas de Lula. O presidente voltou a criticar a gestão do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, à frente da autoridade financeira. Segundo ele, “não é correto” governar o País com um presidente do BC indicado por outro presidente. “Eu estou há dois anos governando com o presidente do Banco Central indicado pelo Bolsonaro. Ou seja, não é correto isso. O correto é que o presidente entre e indique o presidente do BC. Se não der certo, ele tira. Como o Fernando Henrique tirou três”, disse em entrevista à rádio Princesa, de Feira de Santana (BA).
R$ 5,58
Na última sexta-feira (28), o dólar teve um salto de 1,47%. A alta foi suficiente para fazer a moeda americana encerrar a semana cotada a R$ 5,58. Em entrevista à rádio FM O Tempo, Lula criticou novamente Roberto Campos Neto, presidente do BC, afirmando que ele não está cumprindo suas funções adequadamente. “Isso vai melhorar quando eu puder indicar o presidente do Banco Central, e vamos construir uma nova filosofia”. As declarações do petista foram interpretadas pelo mercado como um sinal de que ele pretende interferir nas decisões do BC assim que seu indicado assumir o cargo.
R$ 5,50
Na quinta-feira (27), a cotação passou por um ajuste de 0,22%, depois de dois pregões de altas relevantes. Em um pregão de dados econômicos mistos no exterior, o dólar teve espaço para um pequeno alívio e encerrou o pregão cotado a R$ 5,50.
R$ 5,52
O dólar teve um salto de 1,12% no pregão da quarta-feira (26), encerrando o dia cotado a R$ 5,52. O gatilho daquele dia foi uma entrevista de Lula ao Uol, na qual o presidente afirmou que não nomeia o presidente do Banco Central para o mercado, mas, sim, para “defender os interesses do Brasil”.
A declaração repercutiu na imprensa como o principal fator por trás da disparada do câmbio no dia e o presidente foi ao X (antigo Twitter), se defender: Lula chamou de “cretino” quem o culpou pelo aumento do dólar depois das declarações. “Ontem, depois da minha entrevista ao UOL, saíram manchetes dizendo que o dólar tinha subido por causa da entrevista do Lula. Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar a entrevista”, escreveu o petista. No entanto, houve um equívoco na declaração do presidente: a cotação da moeda norte-americana começou a subir antes, aumentou durante a entrevista e, principalmente, após sua realização.