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Esporte Os surfistas têm risco três vezes maior de contrair superbactérias

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Gabriel Medina é um estreante em Olimpíadas muito bem cotado para ganhar uma medalha de ouro. (Foto: WSL / Damien Poullenot/Fotos Públicas)

Surfistas de centros urbanos têm três vezes mais risco de contrair superbactérias resistentes a antibióticos do que outras pessoas. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Exeter, no Reino Unido, adeptos desse esporte engolem dez vezes mais água contaminada por esgoto que nadadores, por exemplo.

As superbactérias são uma das maiores ameaças à saúde pública no planeta, de acordo com cientistas. Milhares de pessoas morrem todos os anos devido a microorganismos que desenvolveram resistência a todos os antibióticos conhecidos. Ou seja, não há remédio para tratar uma infecção contraída por superbactéria.

Esses micro-organismos nocivos estão desenvolvendo resistência devido ao uso desnecessário ou exagerado de antibióticos na população humana, entre outros motivos. Mas a equipe da Universidade de Exeter se debruçou sobre os riscos de contaminação no ambiente.

Os cientistas coletaram amostras de fezes de 273 britânicos, sendo que metade dos participantes pratica surfe regularmente. Após análise em laboratório, eles descobriram que 9% dos surfistas nesse grupo carregavam formas resistentes da temida bactéria E-coli. Por outro lado, apenas 3% dos participantes que não praticam surfe tinham essa forma da bactéria.

“Essa pesquisa é a primeira desse tipo a identificar uma ligação entre o surfe e a colonização do intestino por bactéria resistente a antibióticos”, afirma a cientista Anne Leonard, autora principal do estudo, publicado neste domingo pelo periódico “Environment Internacional”.

De acordo com especialistas, antibióticos são lançados no meio ambiente oriundos de fazendas e de esgoto, entre outras fontes. Em algumas áreas, pode ser observada uma concentração de antibióticos maior do que em pacientes sendo tratados com esse medicamento.

Poluição provoca evolução de bactérias resistentes a remédios

A liberação indevida de medicamentos e substâncias químicas na natureza é uma das causas da resistência de micróbios a antibióticos. É o que revelou um relatório da ONU Meio Ambiente, divulgado no início de dezembro, em meio às atividades da assembleia ambiental da ONU, em Nairóbi. Cerca de 700 mil pessoas morrem todos os anos de infecções por bactérias muito fortes, que não são mortas com os remédios atualmente disponíveis.

“Estudos já haviam associado o uso inadequado de antibióticos em humanos e na agricultura, ao longo de várias décadas atrás, à crescente resistência, mas o papel do meio ambiente e da poluição recebeu pouca atenção”, alertou o diretor-executivo da agência das Nações Unidas, Erik Solheim.

O levantamento do organismo internacional indica que há provas claras de que — com o contato direto entre bactérias ao ar livre e bactérias resistentes descartadas nos ecossistemas — o despejo de substâncias antimicrobianas em canais de esgoto de casas, hospitais e indústrias farmacêuticas, bem como por meio de estruturas de escoamento agrícola, está impulsionando a evolução dos microrganismos e provocando o aparecimento de linhagens mais resistentes.

A pesquisa revela que, ao serem consumidos, até 80% dos antibióticos são excretados sem ser metabolizados, junto com bactérias resistentes. Apenas no século XXI, o consumo humano desses remédios cresceu 36%. Até 2030, o uso de antibióticos na pecuária deverá aumentar em 67%, segundo o relatório. Além disso, até 75% dos antibióticos utilizados em aquiculturas se disseminam no ambiente ao redor das criações de seres aquáticos.

A ONU Meio Ambiente alerta que instalações para o tratamento de esgoto não conseguem remover todos os antibióticos e bactérias resistentes da água. Ao contrário, centros de purificação podem ser focos para o desenvolvimento da resistência microbiana. Há evidências científicas que mostram que microrganismos resistentes a diversas drogas são encontrados no mar, em sedimentos próximos a aquiculturas e em zonas industriais e municipais de despejo de resíduos.

“O alerta aqui é verdadeiramente assustador. Poderíamos estar incitando o desenvolvimento de superbactérias ferozes por causa de ignorância e descuido”, ressaltou Solheim. O cenário, recomendou o dirigente, exige “ações prioritárias agora”. “Do contrário, corremos o risco de permitir que a resistência surja ‘pela porta dos fundos’, com consequências potencialmente aterrorizantes”, acrescentou o chefe da ONU Meio Ambiente.

O relatório da agência das Nações Unidas também aborda outros cinco temas: nanomateriais; áreas marinhas protegidas; tempestades de areia e de poeira; soluções de energia solar que não são conectadas à rede elétrica; e deslocamento ambiental.

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https://www.osul.com.br/os-surfistas-tem-risco-tres-vezes-maior-de-contrair-superbacterias/ Os surfistas têm risco três vezes maior de contrair superbactérias 2018-01-15
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