Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Overdoses já superam acidentes de carro como a principal causa de morte acidental nos Estados Unidos

Compartilhe esta notícia:

Na agitada rotina de bares e baladas de Nova York, uma cena é cada vez mais comum: jovens levam consigo um discreto frasco de spray nasal, que nada tem a ver com o combate a alergias. Trata-se de um remédio capaz de reverter overdoses — que já superam acidentes de carro como a principal causa de morte acidental nos EUA.

Velha conhecida dos profissionais de saúde, a naloxona está no mercado desde a década de 1970 na forma de injeção, mas se popularizou entre a população leiga nos últimos três anos, com o lançamento das versões nasal e de aplicação subcutânea.

Mais conhecida por Narcan, nome da versão comercial mais popular, o uso de naloxona vem se expandindo nos EUA junto com o uso cada vez maior de opiáceos e opioides. Em 2017, o Departamento de Saúde americano declarou a questão como um problema de saúde pública no país.

Os opiáceos são derivados do ópio, obtido da papoula, com ação analgésica e depressora do sistema nervoso central, como a morfina e a heroína. Os opioides, por sua vez, são produtos sintéticos totalmente produzidos em laboratório, mas com atuação similar à dos opiáceos. Entre os mais populares estão anestésicos potentes, mas que são usados frequentemente como drogas recreativas.

Em 2016, 116 pessoas morreram por dia nos EUA em decorrência do abuso dessas substâncias. A naloxona age bloqueando a interação com os receptores do cérebro, neutralizando efeitos colaterais mais perigosos da overdose, como a depressão respiratória e paradas cardíacas. A substância funciona quase que instantaneamente, com poucos efeitos colaterais.

A droga também tem a vantagem de não causar danos se for administrada em alguém que não esteja sofrendo de overdose de opiáceos. Diante deste quadro, o uso da naloxona fora do ambiente hospitalar passou a ser incentivado. As ações de disseminação vão desde grupos de redução de danos até governos estaduais e prefeituras. Segundo a revista New England Journal of Medicine, mais de 40 Estados americanos já têm leis que facilitam o acesso à naloxona.

Em Nova York, a prefeitura lançou a campanha “Salve uma Vida”, em que incentiva que os moradores levem seringas com a droga. Na cidade, há mais de 700 farmácias que vendem o Narcan sem receita médica. Além disso, há pontos de distribuição gratuita.

Em abril deste ano, o principal porta-voz em questões de saúde pública no governo federal dos Estados Unidos emitiu uma orientação nacional exortando que mais americanos tenham acesso e aprendam a usar a naloxona. O último aviso do tipo feito por um porta-voz havia ocorrido em 2005, quando Richard Carmona aconselhou mulheres a vetarem completamente o consumo de álcool durante a gravidez.

Aprovado pela FDA (agência americana que regula medicamentos e alimentos) no fim de 2015, o spray de Narcan abocanhou mais de 33% do mercado de naloxona em menos de um ano. Um pacote com dois sprays da substância é vendido por US$ 150 (cerca de R$ 450).

Atualmente, há cinco apresentações de naloxona competindo no mercado americano. Outro destaque é o Eyzio, aprovado em 2014, que funciona de forma muito parecida com uma caneta aplicadora de insulina.

O Narcan teria sido usado para salvar a vida da cantora Demi Lovato durante seu recente episódio de overdose. De acordo com diversas fontes da imprensa americana, um amigo da estrela pop administrou a substância, que ele levava para casos de emergência. No Brasil, o spray nasal de naloxona não é aprovado, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), embora a versão injetável já seja usada no País há décadas.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Ataques derrubam sistemas de comunicação em mais de 70 países e afetam o Brasil
Os partidos desvirtuam a cota de verba para as mulheres
https://www.osul.com.br/overdoses-ja-superam-acidentes-de-carro-como-a-principal-causa-de-morte-acidental-nos-eua/ Overdoses já superam acidentes de carro como a principal causa de morte acidental nos Estados Unidos 2018-08-19
Deixe seu comentário
Pode te interessar