Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de fevereiro de 2021
Um idosa infectada com o coronavírus foi forçada a amputar três dedos depois que a doença os deixou necrosados, em uma rara reação à Covid-19.
A paciente, de 86 anos, que não foi identificada, testou positivo para coronavírus depois de ir ao hospital na Itália durante a primeira onda de Covid em abril do ano passado.
Os médicos que fizeram o relatório do caso disseram que ela tinha gangrena seca no segundo, quarto e quinto dedos da mão direita. Também conhecida como necrose, trata-se de uma condição séria em que a perda de suprimento de sangue faz com que o tecido corporal morra e fique preto.
A mulher disse aos médicos que sofreu de síndrome coronariana aguda – em que o sangue fornecido ao músculo cardíaco é repentinamente bloqueado – em março de 2020. Ela havia recebido uma prescrição de terapia antiplaquetária dupla para prevenir a coagulação do sangue, de acordo com o relatório publicado na revista médica “European Journal of Vascular and Endovascular Surgery”.
No entanto, outros testes revelaram que a Covid-19 havia causado um bloqueio no fluxo de sangue para os seus dedos e ela havia sofrido necrose. Seus dedos não puderam ser salvos e os médicos decidiram amputar para evitar complicações futuras.
Em seu relatório, os médicos Giuseppe P. Martino e Giuseppina Bitti se referiram a isso como um caso de “dedos covidais” e uma “manifestação vascular severa”.
A paciente italiana não é a única pessoa a ser amputada depois de pegar Covid-19. Em dezembro, Lee Mabbatt, morador de Bournemouth (Inglaterra), teve que ter uma perna removida após desenvolver um coágulo sanguíneo com risco de vida, que ele disse ter sido causado pelo coronavírus.
O caso
Lee Mabbatt, 56 anos, um engenheiro de Dorset, no Sudoeste da Inglaterra, teve sua perna direita amputada abaixo do joelho depois que um coágulo de sangue de 15 centímetros se formou em sua coxa, fazendo com que seu pé ficasse preto. Lee contraiu a covid no final de outubro, descrevendo o vírus como “pior do que a gripe”, com sintomas que incluem dores no corpo e perda do paladar. Depois de dez dias isolado em casa, Lee disse que começou a se sentir melhor, acreditando que havia passado ileso até descobrir que não sentia o pé direito. “Eu estava com o que chamo de perna morta, então, telefonei para 111 no dia seguinte, que me aconselhou a tomar analgésicos. A dor aumentou novamente alguns dias depois, e liguei novamente. Eles me disseram para ir ao pronto-socorro. Eu fiz uma tomografia computadorizada que mostrou um coágulo de sangue de 15 centímetros no topo da minha coxa”, lembra.
Os cirurgiões do Royal Bournemouth Hospital operaram imediatamente Lee para remover o coágulo na tentativa de retornar o fluxo sanguíneo para o pé. No entanto, nos dias seguintes, os dedos dos pés e a planta do pé direito começaram a escurecer lentamente. “Após a operação, fiquei treze dias no hospital para ver se a circulação voltaria, mas meu tornozelo e meu pé começaram a morrer lentamente”, disse. Lee teve alta do hospital, mas foi levado de volta, às pressas, no dia 15 de dezembro, para amputar a perna quando o pé ficou preto. “Antes de contrair o coronavírus, eu estava perfeitamente saudável, mas a covid me deu um coágulo de sangue de 15 centímetros. Felizmente, estou me recuperando muito mais rápido do que aqueles que têm problemas de saúde subjacentes. Devo andar novamente com uma prótese em três meses. Só quero levar uma vida normal, mas agora é diferente”, contou.