Domingo, 12 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2015
Opai de Aylan Kurdi, a criança síria encontrada afogada na costa da Turquia, em uma tragédia que comoveu o mundo, está sendo acusado por sobreviventes do naufrágio de trabalhar junto aos traficantes de pessoas que fazem a travessia de refugiados no mar Mediterrâneo. De acordo com testemunhas ouvidas pela agência de notícias Reuters, Abdullah Kurdi pilotava o precário barco que afundou tentando alcançar a Grécia.
Ele havia declarado que um turco pilotava o barco e que se jogou ao mar antes do incidente. Ahmed Hadi Jawwad e sua esposa, Zainab, iraquianos que afirmaram ter perdido a filha de 11 anos e o filho de 9 anos na travessia, disseram à Reuters que Abdullah entrou em pânico e acelerou quando uma onda atingiu a embarcação.
À emissora de TV australiana Network Ten, Zainab contou que o pai de Aylan conduzia o barco em alta velocidade e desde o início da viagem. A iraquiana afirmou ainda que, ao negociar a ida de sua família, teria recebido do intermediário garantia de que a travessia seria segura, já que o capitão estaria transportando sua própria família.
“A história que ele [pai de Aylan] contou não é verdadeira. Não sei o que levou ele a mentir, talvez medo”, disse Jawwad. Ele afirmou que seu contato com os traficantes se chamava Abu Hussein.
A Reuters informou que tentou diversas vezes falar com Abdullah Kurdi por telefone, mas não conseguiu contatá-lo. Abu Hussein também não pôde ser localizado. Ao portal britânico MailOnline, Abdullah Kurdi negou todas as acusações.
Famílias
No dia 2, a embarcação onde as duas famílias viajavam virou, matando 12 pessoas. Entre elas estavam Aylan, 3 anos, seu irmão, Galip, 5, e a mãe deles, Rehan. Também se afogaram a menina Zainab, 11, e seu irmão Haidar, 10, filhos de Jawwad e Zainab. (AD)