Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2020
Setor de serviços foi o mais afetado negativamente. Para 27% das empresas brasileiras, impactos da pandemia foram positivos
Foto: Tania Rego/Agência BrasilUm levantamento divulgado nesta terça-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que cerca de quatro em cada dez empresas que estavam em funcionamento na primeira quinzena de julho sofreram algum tipo de prejuízo decorrente da pandemia do coronavírus.
De acordo com a pesquisa, 2,8 milhões de empresas estavam em funcionamento na primeira quinzena de julho. Destas, 44,8% relataram sofrer efeitos negativos em função do contexto de isolamento social. Para 28,2% delas os efeitos foram pequenos ou inexistentes, enquanto 27% disseram que a pandemia provocou efeitos positivos nos negócios.
“Ainda há uma grande incidência de impacto negativo, mas já começamos a perceber uma melhora, visto que, na quinzena anterior, o impacto negativo atingiu 62,4% das empresas. A diferença para as quinzenas anteriores é a maior incidência de empresas que relataram efeitos pequenos ou inexistentes e as que relataram efeitos positivos, que, juntas, somam um percentual maior do que as que relataram efeitos negativos”, analisou o coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, Flávio Magheli.
Segundo o IBGE, regionalmente, foi no Centro-Oeste que as empresas perceberam o maior impacto negativo, atingindo 51% dela. Na sequência estão as regiões Norte (48,1%) e Sul (47,2%).
Setor de serviços é o mais prejudicado
A pesquisa mostrou que entre os setores econômicos, foi o de serviços o que mais relatou efeitos negativos da pandemia, atingindo 47% de 1,2 milhão de empresas do setor.
Serviços prestados às famílias (55,5%) e os serviços profissionais, administrativos e complementares (48,3%) foram os mais prejudicados, seguidos por 44% de 1,1 milhão empresas do comércio, com maior impacto no comércio de veículos, peças e motocicletas (52,4%).
“Apesar da percepção de impacto negativo, houve uma melhora na percepção das empresas de serviços, passando de 65,5% na quinzena anterior para 47%; assim como do comércio, que passou de 64,1% para 44%. Essa melhora de percepção fica evidenciada na maior incidência de empresas que sinalizaram um efeito pequeno ou inexiste, ou um efeito positivo”, destacou o coordenador da pesquisa.
Ainda segundo Magheli, no comércio chegou a 35,5% o total de empresas que relataram impactos positivos da pandemia. “Esse cenário retrata o processo de reabertura, com maior fluxo de pessoas refletindo-se nos negócios. É natural que a percepção negativa vá reduzindo a cada quinzena, na medida que o isolamento social vá diminuindo”, enfatizou Magheli.
Já a indústria manteve-se estável, com um impacto negativo em 42,9% das 313,4 mil empresas; assim como a construção, em que 38% das 160 mil empresas relataram terem sido afetadas negativamente.