Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de maio de 2017
O economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, está preocupado com o desfecho da crise política e os impactos sobre a economia, que esboçava sinais de recuperação. Dependendo do encaminhamento político, segundo ele, um trimestre terá sido perdido, na melhor da hipóteses, se as reformas forem retomadas pelo sucessor do presidente Michel Temer. Mas ele não descarta um quadro pior, sem reformas. “Nunca foi tão óbvio o risco e o custo de voltarmos ao pântano”, alerta.
“Na nossa avaliação, o presidente Temer perdeu totalmente a condição de governabilidade. Ele tem de sair, mas a Constituição tem de ser cumprida. Vale dizer: tem de haver uma eleição indireta no Congresso. Independentemente do tempo, o mais relevante é a ideia de qual será a saída dessa eleição.”
Segundo ele, uma pessoa eleita, com condições de governabilidade, reagruparia a base política e traria de volta as reformas. “Se isso acontecer, nós teríamos perdido um trimestre e eventualmente voltaríamos a ter possibilidade de recuperar uma trajetória de crescimento para o ano que vem, menor do que projetávamos, mas com alguma expressão. Aí conseguiremos sair do buraco.”
“Se demorar muito, por questões políticas e jurídicas, para escolher o sucessor, e se o sucessor for alguém frágil ou sem comprometimento com a agenda de reformas, podemos voltar para recessão. E o custo será enorme para o País como um todo. Aí vamos ficar marcando passo até a eleição de 2018, o que seria bem complicado”, acrescentou. (AE)