Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2018
Nessa quinta-feira, o candidato do PT ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, afirmou que é preciso prender pelo menos um dos empresários que compraram pacotes de disparos em massa de mensagens falsas contra o PT no WhatsApp para que toda a “quadrilha” apareça.
“O importante agora é prender os empresários do caixa dois que financiaram o [Jair] Bolsonaro numa campanha de difamação”, disse o petista, após o jornal “Folha de S.Paulo” publicar reportagem denunciando o esquema.
“Basta prender um empresário, que vai ter delação premiada e vão entregar a quadrilha toda”, completou. antes de participar de um evento com uma frente em defesa dos animais, em São Paulo. Haddad mencionou a matéria da Folha e disse que o fato comprova que houve “montagem de organização criminosa de empresários via caixa 2” para promover uma campanha para difamá-lo.
“Nós estamos falando aí de 20 a 30 empresários envolvidos nesse esquema. Se prender um, em menos de dez dias a gente vai ter a relação de todos os empresários que estão financiando com caixa dois uma campanha difamatória. A democracia que está em jogo”, disse Haddad.
Para o petista, as informações são “o suficiente para mandar prender quem comprovadamente contratou serviços ilegalmente” para difamar uma candidatura.
Após a publicação da reportagem, o presidente do PDT, Carlos Lupi, anunciou que o partido vai ingressar com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para questionar o resultado do primeiro turno da eleição, alegando “fraude eleitoral”.
Haddad defendeu a tese de que o segundo turno precisa entre ele e Ciro Gomes, que ficou em terceiro lugar na primeira etapa da disputa presidencial. “O PDT tem o direito de pedir o que quiser.
Depois de uma tentativa de fraude dessa, é um absurdo. Agora, eu acho que o segundo turno tem que se dar entre mim e o Ciro. Isso que é o correto, que é o que a legislação prevê porque ele tentou fraudar a eleição”, declarou o ex-prefeito de São Pauloi.
Haddad também usou a sua conta no Twitter para dizer que a prisão de pelo menos um dos empresários envolvidos no suposto esquema (que pode configurar crime eleitoral) possibilitaria a obtenção de um acordo de delação premiada, “entregando a quadrilha toda”.
“Se prender um, em menos de dez dias vamos ter a lista de todos os empresários que estão financiando o caixa 2 pra essa campanha difamatória”, completou o ex-prefeito de São Paulo. O PT entrou com uma ação pedindo que o Tribunal Superior Eleitoral analise se houve crime eleitoral e, se houve, decida pela cassação da chapa de Bolsonaro.
Em outra postagem na rede social, Haddad voltou à carga. “Sabíamos que milhões de notícias falsas estavam sendo distribuídas, só não sabíamos quem estava patrocinando. Se um dos empresários for preso, eu tenho certeza que vai abrir a boca e falar a mando de quem fez o que fez”.
O desejo de Haddad é frontalmente contrário àquilo que o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), um dos advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, incluiu no Projeto de Lei 4372/16, em tramitação na Câmara dos Deputados desde 2016.
Damous pretende que “somente será considerada para fins de homologação judicial a colaboração premiada se o acusado ou indiciado estiver respondendo em liberdade ao processo ou investigação instaurados em seu desfavor”. O parlamentar ainda defende que se torne crime “divulgar o conteúdo dos depoimentos colhidos no âmbito do acordo de colaboração premiada, pendente ou não de homologação judicial”.