Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de setembro de 2020
O papa Francisco pediu aos seus fiéis que evitem fofocar, um ato que ele disse ser pior que o coronavírus e que pode ser usado para dividir a Igreja Católica Romana. Os comentários foram feitos no domingo (6).
“Por favor, irmãos e irmãs, vamos fazer um esforço para não fofocar. Fofocar é uma praga pior que a Covid-19”, disse o papa em seu discurso semanal, que ele faz de uma janela na Praça de São Pedro.
“O diabo é a grande fofoca. Ele sempre está dizendo coisas ruins dos outros porque ele é o mentiroso que quer dividir a Igreja”, adicionou. O papa, com frequência, avisa dos riscos da fofoca. Ele também já fez protestos contra “trolls” da internet (provocadores de redes sociais). “Se algo dá errado, ofereça seu silêncio e suas orações ao irmão ou à irmã que cometeu um erro, mas nunca fofoque”, ele disse.
Viagem
O papa Francisco visitará no próximo mês a cidade italiana de Assis, sua primeira viagem fora de Roma desde que a pandemia do coronavírus atingiu o país em fevereiro, e assinará uma nova encíclica, disse um porta-voz da Basílica de Assis.
A encíclica, que é a forma mais elevada de escrita papal, deve se concentrar em como Francisco acredita que o mundo pós-pandêmico deve ser, e será chamada de “Todos os irmãos”.
O padre Enzo Fortunato disse em um comunicado que o papa viajaria para Assis no dia 3 de outubro, um dia antes da festa de São Francisco, que nasceu na pequena cidade montanhosa da Úmbria, no centro da Itália.
“A visita será privada, sem a participação dos fiéis”, disse Fortunato.
O Papa Francisco realizou na semana passada sua audiência geral semanal em público pela primeira vez em seis meses, enquanto o Vaticano lentamente parece voltar ao normal após o bloqueio prolongado do coronavírus.
Crítica
O bispo da Diocese de Vacarias, no Rio Grande do Sul, Dom Sílvio Dutra, criticou o padre Robson em um sermão realizado em 26/8 e que agora viraliza nas redes sociais. “Estamos numa semana dolorosa para a Igreja Católica. Porque essas denúncias em torno do padre Robson, que ainda não estão comprovadas, mas tem uma expressão em latim que diz ‘fumus delicti’, que é onde há fumaça, pode ser, com muita certeza, que haja fogo”, disse ele.
As denúncias contra o padre vieram à tona durante a Operação Vendilhões, deflagrada no 21 de agosto. Ela apura irregularidades na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), fundada pelo religioso. “Infelizmente, há sinais de que as coisas não estão bem. Nós não fomos feitos para dinheiro, nem para fortunas. Jesus não precisa de megatemplos, não precisa de um sino de R$ 6 milhões. Jesus não pede isso em nenhum momento. Mas nós caímos na tentação da aparência e aí convencemos as pessoas”, continuou o bispo.
As críticas de Dutra foram além da Igreja Católica, inclusive. Ele lembrou dos casos de João de Deus e da deputada federal Flordelis (PSD/RJ), que também é pastora evangélica.”Vivemos hoje, de fato, uma pandemia de farisaísmo. Lideranças religiosas e políticas se apresentam como defensores de valores cristãos, mas no fundo, guardam podridões”, disse.
“Para a tristeza da religião em geral, nós estamos assistindo uma crise com uma pessoa ligada ao espiritismo, que parecia um homem de Deus e está aí agora com um monte de denúncias, uma pastora evangélica que, aparece que comprovadamente manda matar o marido, e ainda com argumento de que se fosse divorciar, escandalizaria o nome de Deus. Então matou. Parece que matar é menos que separar”, concluiu.