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Ali Klemt “Para você, homem”

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Eu sei, eu sei, a gente já está até meio cansado de tanta data comemorativa, mês colorido, dias comerciais. O próprio Dia Internacional da Mulher já passou, e temos ouvido, cada vez mais, questionamos quanto ao seu sentido. Será que ainda precisamos mesmo de uma data para celebrar? Aliás, celebrar o que? Não somos já tá independentes e empoderadas? Por que os homens não precisam disso?

Pois é. Esta é a relevância das datas comemorativas: mais do que a celebração, a reflexão. O só fato de homens, mulheres, imprensa, empresas, governos pararem para pensar sobre é sempre uma boa notícia.

Ainda vivemos em um país com enormes índices de feminicídio. A violência contra a mulher é uma realidade e, embora tenhamos evoluído em ações para coibi-la, ainda há um longo caminho… vivemos em 2024, mas há vítimas de estupro, o crime mais ancestral do mundo, por todo o lugar! Infelizmente, a violação da mulher é a sua mais cruel subjugação como ser humano. É a prova covarde com que homens pensam que podem dominar pelo corpo e pela força física – os únicos atributos que, anatomicamente, as mulheres jamais terão.

Mas as questões não se limitam a crime: as mulheres ainda são menos remuneradas que os homens, apesar de serem mais escolarizadas. Sim, nós, mulheres, nos esforçamos mais para provar que somos tão boas quanto. Para provar que podemos ser bonitas E competentes. Para provar que ter filhos não só não é um problema, como nos habilita a ser multifuncional. Para provar que características tipicamente “masculinas” também podem ser “femininas”. Para provar que Prospectamos, negociamos e administramos tão bem quanto. Para provar que não somos apenas da área de “humanas”, mas que tem muito cérebro feminino arrasando nas “exatas”.

A questão não é o gênero: o importante é ser bom no que se faz, ter paixão, qualificar-se e fazer acontecer – isso independe de ser homem, mulher, cis, trans, preto, branco.

É assim que deveria ser. Porém, ainda não é. Então, continuamos precisando, sim, refletir sobre o PORQUÊ de a sociedade ainda tratar a mulher diferentemente. Se for mulher e negra, é ainda mais difícil! O que é espantoso, pois a quantidade de mães solo que precisam ser arrimo de família cresce cada vez mais!

Eu não tenho dúvidas de que a maternidade ainda é vista como um enorme empecilho profissional. No fundo, ainda se espera que a mulher trabalhe como se não tivesse filhos e crie os filhos como se não trabalhasse. Só que essa conta não fecha! E esse é um dos motivos pelos quais estamos encarando, agora, uma sociedade de mulheres cansadas – e, consequentemente, um problema de saúde mental geracional. Sim, senhores. Porém, talvez só tomem providências quando se tornar um problema de saúde pública e mexer, afinal, nos cofres do governo e dos planos de saúde. Afinal, dizem que o órgão que mais dói no ser humano é o bolso…

Mas não é. Nada dói mais do que a dor da perda. E, não por acaso, falamos em coração partido: a gente sente no peito. Então, fica um pedido: homens, tratem bem as suas mulheres. Tratem bem as suas mães. Ajudem as suas amigas. Enalteçam as suas colegas de trabalho. Ensinem as suas filhas como ser bem tratadas. Não porque sejam fêmeas, mas porque são pessoas tentando fazer o seu melhor em condições um tantinho mais desafiadoras.

(Ali Klemt)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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