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Mundo Parlamento de Israel confirma nova coalizão de governo e tira Benjamin Netanyahu do poder

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O Hamas sabia que o ataque de sábado (7) deixaria o primeiro-ministro israelense com poucas opções além da invasão por terra. (Foto: Reprodução)

Após 12 anos, Benjamin Netanyahu não é mais primeiro-ministro de Israel. A Knesset, o Parlamento do país, aprovou neste domingo (13), por 60 votos a 59, uma improvável coalizão que une as principais forças de oposição israelenses, juntando oito partidos que vão da sigla centrista Yesh Atid (Há um Futuro) à extrema direita do Yamina, passando por legendas de esquerda. É também a primeira vez que um partido que representa os árabes-israelenses, a Lista Árabe Unida, compõe o Gabinete.

Os desafios à frente do novo governo são hercúleos e, diante de sua heterogeneidade sem precedentes, não está claro como abordará o legado deixado pelo agora ex-premier, mandatário mais longevo da História israelense, ou nem sequer como irá negociar internamente. As divergências começaram já na votação do governo: houve uma abstenção, do deputado Said al-Harumi, da Lista Árabe Unida, crítico da aliança.

O grupo não tem muito em comum além da oposição a Netanyahu, que é acusado de tentar usar o poder para se livrar de processos judiciais em que acusado de corrupção. A herança do agora ex-premier, que já havia comandado Israel entre 1996 e 1999, vai do fortalecimento dos setores ultranacionalistas ao estancamento das negociações com os palestinos — motivos de tensão que de tempos em tempos resulta em conflitos no país e nos territórios palestinos ocupados, o mais recente deles em maio, com o confronto entre Israel e o grupo islamista Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

Em seu discurso à Knesset, o novo premier Naftali Bennett, líder do Yamina e ex-ministro da Defesa, afirmou que o recém-empossado e autonomeado “governo da mudança” representará “todos os israelenses”. Em sua fala, frequentemente interrompida por gritos de parlamentares ultraconservadores pró-Netanyahu, ressaltou que é hora de uma “mudança de regime” e que o país conseguiu “parar o trem antes do abismo”:

“Tenho orgulho da habilidade de sentar em conjunto com pessoas que têm visões muito diferentes da minha”, disse, agradecendo a seu antecessor e ex-aliado pelo “serviço longo e cheio de conquistas” à frente de Israel. “Chegou a hora de líderes diferentes, de todas as partes da população, darem um fim nessa loucura.”

Pelo acordo firmado no último dia 11, Bennett será primeiro-ministro por um período de dois anos. Se a coalizão sobreviver até 2023 — o grupo tem uma estreita maioria de 61 assentos, apenas um a mais que o necessário —, ele será substituído por Yair Lapid, líder do Yesh Atid e negociador central da aliança, em um sistema de rodízio. Até lá, Lapid será chanceler.

O Parlamento de Israel aprovou o novo governo, formado por uma coalizão que reúne as principais forças de oposição do país, que encerrou os 12 anos consecutivos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no cargo. O novo premier Naftali Bennett, líder do Yamina e ex-ministro da Defesa, afirmou que o recém-empossado e autonomeado “governo da mudança” representará “todos os israelenses”.

Retorno

Ao se referir ao “fim da loucura”, Bennett falava da onda de violência intercomunitária entre árabes-israelenses e judeus ultraconservadores, que coincidiu com a crise em Gaza, e ao nó político que finalmente é desatado no país após quatro eleições inconclusivas em três anos, diante das tentativas de Netanyahu de permanecer no poder. Agora ex-premier, ele não dá sinais de que irá desaparecer, após passar os últimos dias tentando minar o novo governo e incendiando a base ultranacionalista:

“Se o nosso destino é estar na oposição, faremos isso de cabeça erguida, derrubaremos este governo ruim e voltaremos a liderar o país de nossa maneira”, disse Netanyahu em seu discurso derradeiro ao Parlamento, que ultrapassou a marca de meia-hora, o dobro do tempo permitido. “Eu vou lutar diariamente contra este governo de esquerda terrível e perigoso”, afirmou.

Em sua fala, Netanyahu chamou Bennett de “falsa direita” e de traidor, por ter se juntado com siglas da esquerda, de centro e árabes-israelenses. Logo após a votação do novo governo, foi anunciado que o governo que está de saída não realizará uma cerimônia formal para marcar a transição de poder, mas haverá uma reunião de passagem nesta segunda-feira (14).

O plano do agora líder da oposição é desestabilizar a aliança mirando novas eleições que o catapultem de volta ao poder, mas seus problemas judiciais ameaçam ser grandes obstáculos: se condenado, poderá passar mais de uma década atrás das grades. Esquivando-se das acusações, disse que o novo governo vai implementar leis “fascistas e antidemocráticas” para prejudicá-lo, “assim como ditaduras fazem com candidatos que ameaçam o regime”.

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https://www.osul.com.br/parlamento-de-israel-confirma-nova-coalizao-de-governo-e-tira-benjamin-netanyahu-do-poder/ Parlamento de Israel confirma nova coalizão de governo e tira Benjamin Netanyahu do poder 2021-06-13
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