Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de agosto de 2020
Diante da insistência de Arthur Lira (AL), líder do PP na Câmara dos Deputados, em trocar o líder da maioria na Casa por um aliado seu, dois dos 11 partidos que haviam assinado o requerimento pela troca recuaram para não se expor a desgaste, esvaziando o pedido inicial.
A iniciativa, capitaneada também pelo líder do PL, Wellington Roberto (PB), tinha por objetivo trocar Aguinaldo Ribeiro, aliado de Maia, por um nome próximo a Arthur Lira, líder do maior bloco formal de partidos na Câmara. Republicanos e PSL, porém, abandonaram a iniciativa.
“Essa briga não é nossa”, diz Felipe Francischini (PR), líder do PSL.
O presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), também quer concorrer à Presidência da Câmara no ano que vem, assim como Lira, e avaliou em conversas com aliados que seu partido estava comprando uma briga em nome do líder do PP. O endosso para trocar o líder era uma “gentileza” com Lira, que deixou de valer a pena.
O documento foi assinado inicialmente pelos líderes do PSL, Republicanos, PSC, PP, Solidariedade, Avante, PL, PTB, Patriota, PSD e PROS. Juntos, eles representavam 246 deputados. O regimento da Câmara dos Deputados estipula que o líder é indicado pela maioria (257), ou, se nenhum grupo tiver sozinho a maioria da Casa, pelo maior bloco de partidos.
Sem Republicanos e PSL, Lira e Wellington Roberto perderam a maioria necessária dentro do bloco para trocar Aguinaldo Ribeiro por um aliado dos dois. Rodrigo Maia, portanto, não deve endossar a troca. O indicado seria o deputado Celso Sabino (PSDB-PA), aliado de Aécio Neves (MG).
Na semana passada, o presidente do PSDB, Bruno Araújo (PE), chegou a dizer que seriam adotadas medidas formais para solicitar a expulsão de Sabino do partido caso ele fosse nomeado. O deputado paraense não pertence à ala de Araújo, ligada ao governador de São Paulo, João Doria.
Novo líder do governo
O deputado federal Major Vitor Hugo (PSL-GO) afirmou que vai deixar a liderança do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Ele será substituído pelo ex-ministro da Saúde, deputado federal Ricardo Barros (Progressistas-PR), que integra o Centrão, grupo de partidos do qual o Palácio do Planalto se aproximou nos últimos meses.
O líder afirmou que foi comunicado pelo presidente na semana passada. A troca será oficializada na próxima terça-feira (18). Nesta quarta-feira (12), Barros já participaria de uma reunião com Bolsonaro, ministros e líderes no Palácio da Alvorada.