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Economia Pela primeira vez, mais da metade da população em idade de trabalhar está fora do mercado

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A crise sanitária – que obrigou a economia a parar para conter o avanço do coronavírus – mudou a forma com que se acompanha o mercado de trabalho

Foto: Reprodução
O projeto de desoneração da folha engloba os 17 setores que mais geram empregos no País. (Foto: Reprodução)

O tombo no mercado de trabalho em abril alcançou patamar inédito e foi maior do que o indicado pelos números mais recentes. Cruzamento exclusivo feito pelo economista Marcos Hecksher, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), mostra que, pela primeira vez desde que começou a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2012, mais da metade da população em idade de trabalhar está sem ocupação.

“O tombo do mercado de trabalho na segunda quinzena de março, que se aprofundou em abril, foi bem maior do que o já indicado pelo IBGE e pelo Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério da Economia, que mede o emprego com carteira assinada]. É a primeira vez em que menos da metade da população em idade de trabalhar está ocupada: 48,8% na segunda quinzena de março e 48,5% no mês de abril”, afirma Hecksher.

A crise sanitária – que obrigou a economia a parar para conter o avanço do coronavírus – mudou a forma com que se acompanha o mercado de trabalho. A taxa de desemprego, a mais observada em situações normais, não consegue retratar com precisão a dimensão da destruição de vagas. A taxa passou de 11,2% no trimestre encerrado em janeiro para 12,5% em abril.

A dificuldade de retratar o mercado de trabalho neste momento é resultado de dois fatores. Quem perdeu o emprego ainda não voltou a procurar por causa da pandemia, portanto, não é tecnicamente incluído no universo de desempregados.

Além disso, o IBGE calcula a taxa com base em informações trimestrais agregadas, neste caso, do período de fevereiro a abril. Assim, a conta considera um mês e meio em que a pandemia ainda não tinha começado. Segundo Hecksher, dessa forma, os dados já divulgados não isolam os efeitos da quarentena, iniciada em meados de março.

Retrato da quarentena

Em outro sinal da dificuldade para mensurar o impacto da crise, muitas empresas que informam suas demissões ao governo por meio do e-Social deixaram de prestar contas no período, segundo Hecksher.

O pesquisador recorreu ao chamado nível de ocupação: a parcela da população em idade de trabalhar (de 14 anos ou mais) que está inserida de alguma forma no mercado. E esse índice caiu de 54,3% em fevereiro para 48,5% em abril, período marcado pelo isolamento social dos que podem ficar em casa. Significa dizer que 51,5% da população em idade ativa estavam sem trabalho.

“Isso não significa que a abertura deva ser apressada, pelo contrário. A Nova Zelândia é um sucesso de mitigação de mortes e perdas econômicas porque promoveu um isolamento muito mais rigoroso e controlado até o momento certo. As autoridades podem orientar bem ou mal, mas é a população que decide o grau de isolamento e seus resultados sanitários e econômicos. O Brasil tem perdido mais vidas a cada semana do que a Índia perdeu desde o início da pandemia. Quem puder, deve permanecer em casa”, diz Hecksher.

Para mensurar o impacto da pandemia, Hecksher desenvolveu um método para desagregar os dados de cada mês a partir das informações trimestrais do IBGE. Ele trabalhou com um universo de entrevistados menor, mas que chega a 75 mil pessoas por mês. A partir da amostra, identificou especificamente o movimento do mercado a partir do início do isolamento social dos que podem ficar em casa.

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https://www.osul.com.br/pela-primeira-vez-mais-da-metade-da-populacao-em-idade-de-trabalhar-esta-fora-do-mercado/ Pela primeira vez, mais da metade da população em idade de trabalhar está fora do mercado 2020-06-14
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