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Por Redação O Sul | 18 de novembro de 2017
Na semana passada, o preço médio da gasolina no Brasil subiu 0,7% em relação à semana anterior, atingindo uma nova máxima nominal no Brasil. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O valor atingiu uma média de 3,966 reais por litro, contra 3,938 reais na semana anterior.
Esse foi o segundo recorde semanal consecutivo dos preços da gasolina no País, depois que a Petrobras elevou algumas vezes as cotações em suas refinarias, na semana passada.
A gasolina tem renovado máximas nominais (sem considerar o índice de inflação) nas bombas, em uma série histórica da ANP iniciada em 2013, ajudado pela decisão do governo federal de elevar tributos dos combustíveis (PIS/Cofins) no final de julho.
O avanço aconteceu apesar de a Petrobras ter reduzido em 3,8% o preço do combustível na última sexta-feira, na maior queda ocorrida em um único dia desde o início de julho, após um recuo expressivo nas cotações internacionais.
Ainda de acordo com a pesquisa da ANP, a cotação do diesel nos postos brasileiros registrou alta de 0,8 por cento, para 3,268 reais por litro. No caso do etanol hidratado, houve um avanço de 0,5%, para 2,758 reais por litro.
Redução
Na semana passada, a Petrobras anunciou a redução de 3,8% nos preços da gasolina nas refinarias, a partir da última sexta-feira, na maior queda em um único dia desde o início de julho, quando a empresa começou a ajustar os valores dos produtos vendidos às distribuidoras quase que diariamente. O diesel, por sua vez, será reduzido em 1,3%.
A baixa ocorreu após um recuo expressivo nas cotações internacionais, um dos itens que a empresa utiliza para reajustar seus preços mais frequentemente. Nos últimos dez dias, os contratos futuros da gasolina nos Estados Unidos caíram cerca de 6%.
Os combustíveis derivados de petróleo são commodities e, portanto, tem seus preços atrelados aos mercados internacionais, cujas cotações variam diariamente. É natural, portanto, que os preços no Brasil também apresentem variações frequentes.
A queda do valor da gasolina vendida pela Petrobras às distribuidoras acontece após o preço médio do combustível nos postos do Brasil atingir níveis recordes, colaborando para pressionar a inflação. A alta deste ano teve influência principalmente de um aumento na carga tributária.
A Petrobras tem destacado, no entanto, que as revisões feitas em seus preços podem ou não se refletir no preço final ao consumidor, “uma vez que a decisão de repassar o reajuste cabe às distribuidoras e aos proprietários dos postos de combustível”.
Além disso, outros agentes atuam na comercialização de derivados para as distribuidoras no Brasil, praticando assim sua própria política de preços. Desde que a Petrobras começou a reajustar os preços mais frequentemente, seguindo uma lógica de mercado, tem havido um aumento da concorrência no setor, com empresas importando combustíveis para suprir o mercado.
O ajuste poderá acelerar a necessidade de uma reunião do Gemp (Grupo Executivo de Mercado e Preços) da Petrobras (que atua quando há necessidade de reajustar os combustíveis em mais de 7% para cima ou para baixo em um único mês), caso o combustível permaneça em queda. A última vez que o colegiado se reuniu foi no início da semana retrasada.
Últimas quedas
Uma queda diária de 3,8% no preço da gasolina vendida pela Petrobras havia ocorrido anteriormente em 7 de setembro, após uma alta forte decorrente do impacto da passagem da tempestade Harvey pelos Estados Unidos, que reduziu temporariamente a capacidade de refino do país.
Antes disso, a Petrobras havia anunciado redução do preço da gasolina nas refinarias em 5,9% e em 4,8% o do diesel, em 1º de julho, no último reajuste antes da mudança na política que passou a prever reajustes quase que diários nos combustíveis, com a empresa tentando se defender de concorrentes que realizam grandes importações.
Apesar da mudança relativamente recente da política, executivos da Petrobras admitiram nesta semana dificuldades de calibrar os preços de seus derivados para evitar perda de mercado de combustíveis no Brasil.
O volume de derivados de petróleo vendido pela Petrobras no mercado interno somou 1,8 milhão de barris por dia no terceiro trimestre, o que representa uma queda de 5,2% na comparação com a média do mesmo período do ano passado, com a empresa enfrentando a concorrência do produto importado pelos concorrentes.