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Por Redação O Sul | 4 de abril de 2018
Nudez em museu normalmente está relacionada a obras de arte. Mas a Associação Naturista de Paris, na França, vai inverter essa lógica no dia 5 de maio, com uma incursão naturista ao museu de arte moderna Palais de Tokyo, na capital francesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O evento será realizado das 9h30min ao meio-dia, quando os participantes poderão visitar a mostra “Discorde, fille de la nuit” (Discórdia, filha da noite), na companhia de um guia que também estará nu.
A associação francesa promove outros eventos naturistas na cidade, como o Boliche Nu, encontros na praia ou jantares especiais no O’Naturel, restaurante em que o traje exigido dos clientes é justamente não ter traje algum. Além dos eventos promovidos pela associação, o O’Naturel funciona com reservas individuais. O menu com três pratos custa 39 euros, sem bebidas.
As vagas para a visita naturista à exposição estão esgotadas. Caso queira visitar a mostra vestido, ela se encerra em 13 de maio.
Em 2013, o Leopold Museum, em Viena, Áustria, também promoveu visitações naturistas em suas instalações durante a exposição “Nude Men” (Homens Nus).
Gente nua
Em outubro do ano passado, o Museu D’Orsay, em Paris, retomou uma campanha feita em 2015 para atrair famílias aos seus corredores com cartazes como: “Tragam seus filhos para ver gente nua”.
A campanha foi criada pela agência Madame Bovary, sob a coordenação da diretora de comunicação do Museu d’Orsay e de L’Orangerie, Amélie Hardivillier: “A campanha foi muito bem recebida pelo público, apreciada e reproduzida. Não houve nenhuma polêmica em relação a ela”, disse ela à “Radio France Press”.
Segundo ela, o objetivo da campanha é compreender melhor as reações das crianças diante de obras de arte e brincar com a ideia de que são as crianças que levam os pais aos museus.
Do outro lado do rio Sena, em Paris, o Louvre tomou decisão diferente. O diretor do museu, Jean-Luc Martinez, vetou, também em outubro de 2017, a exposição da escultura “Domestikator” no Jardim das Tulherias por considerar que ela poderia “ser mal compreendida pelos visitantes”. A escultura geométrica mostra uma figura humana vermelha que aparenta estar penetrando uma outra figura de quatro.
Hardivillier destacou, à época, que nenhuma obra do museu tem restrição de idade, nem mesmo “A origem do mundo”, de Gustave Courbet: “Há a relação com a nudez que leva ao debate, sobretudo sobre essa obra, que é tão sensível. Mas essa também é a função da arte: incomodar, questionar”, diz.
A campanha original fez sucesso nas redes sociais, com especial destaque para a peça que trazia a tela “Femme Nue Couchée” (Mulher Nua Deitada), feita em 1907 por Auguste Renoir, ao lado da frase “Tragam seus filhos para ver gente nua”.