Segunda-feira, 13 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2017
Cuidar da saúde bucal poderia – ou ao menos deveria – parecer algo simples e rotineiro. Mas dados da revista “Scientific American” revelam que a ida ao dentista é um problema grave para cerca de 10% da população mundial e que outros 50% ficam ansiosos antes da visita ao consultório. Se você é uma daquelas pessoas que estão sempre inventando alguma desculpa para não ir ao dentista, seja por medo das agulhas de injeção ou dos aparelhos com “motorzinhos” utilizados pelos profissionais dessa área, é possível que em breve isso deixe de ser um problema.
Os avanços tecnológicos estão deixando para trás o medo da consulta odontológica graças a novas formas de tratar doenças bucais que são mais rápidas e menos invasivas. Esse é o caso de um método para tratar cáries desenvolvido por cientistas do Kings College de Londres (Inglaterra). A técnica, denominada EAER (Electrically Accelerated and Enhanced Remineralisation, ou “remineralização Eletricamente Acelerada e Aumentada”, em uma livre tradução para o idioma português), promete revolucionar o tratamento da cárie porque é indolor e pode acelerar o processo natural dos minerais cálcio e fósforo para regenerar o dente estragado, ignorando a tradicional obturação.
O procedimento se divide em duas fases: inicialmente, prepara-se com um gel a área de esmalte danificada e posteriormente utiliza-se uma pequena corrente eléctrica que faz com que os minerais atuem e regenerem o dente. Assim, eles esperam que a técnica acabe não só com a necessidade de brocas, mas também de injeções e obturações.
Minerais como o cálcio e fosfato circulam naturalmente para dentro e fora do dente. O ácido produzido pelas bactérias que processam o alimento na boca ajuda os dentes a perder esses minerais. Na experiência, o grupo de pesquisadores aplicou um coquetel de mineirais e depois usou uma fraca corrente elétrica para direcionar os minerais para dentro do dente. Eles dizem que, assim, o processo EAER reforça o dente.
Perspectivas
A empresa Reminova, baseada em Perth (Escócia), foi criada para tornar a técnica disponível para dentistas nos próximos três anos. Não há dispositivo para ser visto, e devido às cláusulas de confidencialidade, não houve nenhuma evidência publicada sobre a eficácia da técnica em publicações médicas.
Nigel Pitts, um dos inventores – e também um investidor da empresa – declarou à imprensa que a pesquisa ainda está progredindo: “Você não começa com o produto final, mas estamos animados porque acreditamos que a técnica seja inovadora. Nós criamos uma empresa para transformar uma tecnologia de demonstração em um produto comercial viável que podemos colocar nas mãos de dentistas por todo o mundo”.
Ele ressaltou, ainda, que a tecnologia tem o potencial de substituir a necessidade de várias obturações, no entanto não se mostrou eficaz para atacar cáries em estágio final. “Outra coisa que essa técnica não vai fazer é com que dentes voltem a crescer fisicamente”, complementou.