Terça-feira, 15 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de maio de 2021
Pesquisadores de Londres analisaram mutações quer emergiram no Reino Unido e na África do Sul, mas acreditam que resultado também vale para as surgidas no Brasil e na Índia.
Foto: DivulgaçãoPessoas que já contraíram covid precisam de apenas uma dose da vacina desenvolvida pela Pfizer para proteção contra as variantes do coronavírus. A descoberta é de um estudo realizado por pesquisadores do Imperial College London, Queen Mary University of London e University College London, publicado hoje na revista Science.
Naqueles que não foram previamente infectados, e até agora receberam apenas uma dose da vacina, a resposta imune às variantes preocupantes pode ser insuficiente, afirma a pesquisa, potencialmente deixando-os em risco de contrair a doença.
As descobertas analisaram as respostas imunológicas em profissionais de saúde do Reino Unido em hospitais Barts e Royal Free após sua primeira dose da Pfizer/BioNTech.
Amostras de sangue foram analisadas quanto a presença e os níveis de imunidade contra a cepa original do coronavírus, bem como as variantes que emergiram no Reino Unido (B.1.1.7) e na África do Sul (B.1.351).
Junto com os anticorpos — as proteínas em forma de Y que se aderem ao vírus e ajudam a bloquear ou neutralizar a ameaça — os pesquisadores também se concentraram em dois tipos de glóbulos brancos: células B, que “lembram” o vírus; e células T, que ajudam a memória das células B e reconhecem e destróem as células infectadas com coronavírus.
Eles descobriram que, após uma primeira dose da vacina, a infecção anterior estava associada a uma resposta de células T, células B e anticorpos neutralizantes reforçados, o que poderia fornecer proteção eficaz contra a covid, bem como as variantes predominantes no Reino Unido e na África do Sul.
No entanto, em pessoas sem infecção prévia por coronavírus, uma única dose de vacina resultou em níveis mais baixos de anticorpos neutralizantes contra a covid e as variantes, potencialmente deixando-os vulneráveis à infecção, o que sublinha a importância da segunda dose da vacina.
A equipe analisou duas variantes preocupantes. No entanto, os pesquisadores acreditam ser possível que os resultados se apliquem a outras variantes em circulação, como as variantes que emergiram no Brasil (P.1) e na Índia (B.1.617 e B.1.618).
“Nossos dados mostram que a infecção natural por si só pode não fornecer imunidade suficiente contra as variantes. O reforço com uma única dose de vacina em pessoas com infecção anterior provavelmente, sim. À medida que novas variantes continuam a surgir, é importante acelerar o lançamento global de vacinas para reduzir a transmissão do vírus e remover as oportunidades para o surgimento de novas variantes”, afirma Rosemary Boyton, professora de Imunologia e Medicina Respiratória do Imperial College London. Com informações do portal O Globo