Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2021
A Petrobras quer envolver outras empresas do setor de petróleo no programa social de apoio a famílias em situação de vulnerabilidade social, para garantir que tenham acesso a insumos essenciais, com foco no gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha. O benefício foi anunciado na quarta-feira, mas ainda sem detalhes.
A ideia da estatal é criar um fundo com participação de outras empresas, especialmente da indústria de óleo e gás, de acordo com fontes com conhecimento no assunto. A Petrobras informou que vai destinar R$ 300 milhões para o programa, mas pretende incluir outras empresas para ampliar esse valor.
O programa terá duração de 15 meses. A conta da Petrobras é beneficiar pelo menos 400 mil famílias. A intenção da estatal em envolver outras empresas poderia aumentar os valores envolvidos e o alcance do programa.
A intenção de colocar outras empresas no programa é transformar a medida em uma iniciativa setorial e afastar o uso político da proposta.
O valor de R$ 300 milhões é relativamente baixo para a necessidade das famílias mais vulneráveis e para uma empresa do tamanho da Petrobras – principal fornecedora de GLP do país. Mesmo assim, fontes da estatal afirmam que o montante aumenta os valores destinados pela estatal para a área social.
O programa foi aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras nesta quarta-feira. Agora, os detalhes serão levados para a diretoria da empresa antes de ser submetido novamente ao Conselho.
Nos bastidores, integrantes da Petrobras afirmam que a companhia vem trabalhando nesse programa desde o começo deste ano e não se trata de um projeto político do governo federal – embora o presidente Jair Bolsonaro tenha reclamado constantemente do preço dos combustíveis.
O presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, disse na semana passada que não haveria qualquer mudança na política de preços da estatal e que não caberia à empresa ações para subsidiar o preço do botijão de gás, um dos itens que mais pressionam os gastos das famílias de baixa renda.
Ele reagiu na segunda-feira a um discurso de Bolsonaro, que atribuiu a alta do preço dos combustíveis e seu impacto na inflação à política de preços praticada pela Petrobras, atrelada ao câmbio e ao preço internacional do petróleo.
Interlocutores da estatal afirmam que a iniciativa permite à Petrobras cumprir uma função social, mas que a empresa tem limites. Esse interlocutor também afirma que não haveria programas para subsidiar o diesel e a gasolina e que o gás de cozinha cumpre uma função social.
Procurada, a Shell informou que ainda não foi contatada com relação a esse projeto. A companhia já possui um projeto para garantir segurança alimentar e minimizar impactos da pandemia de covid-19. Desde julho, a empresa distribui refeições para 21 comunidades quilombolas e 13 comunidades pesqueiras localizadas nos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. As informações são do jornal O Globo.