Quinta-feira, 26 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 25 de junho de 2025
O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina teve alta de 5,8% no 1 trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano anterior, resultado abaixo do previsto em indicadores mensais, que estimavam uma alta de 6,08% nos três primeiros meses do ano.
Na comparação com o último trimestre de 2024, a alta do PIB argentino no 1º trimestre foi de 0,8%, segundo dados divulgados na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), abaixo das estimativas de mercado e da Estimativa Mensal da Atividade Econômica (Emae) de março, que previa expansão de 1,5%.
Para o economista Marcos Buscaglia, especialista em mercados emergentes da consultoria Alberdi Partners, a expansão da economia argentina foi puxada principalmente por “forte um crescimento do consumo privado e dos investimentos, impulsionados em parte por um fortíssimo aumento das importações, com alta de 42,8%”.
Para Buscaglia, a diferença entre os números do PIB e do Emae se justifica por dados mais completos que puxaram a revisão para baixo.
Segundo o Indec, a alta trimestral no consumo privado foi de 2,9%, e a formação bruta de capital fixo cresceu 9,8%. As exportações caíram 1,5%, e o consumo público teve queda de 0,1%.
“O desempenho está inserido em um contexto de ajuste, com um crescimento anual médio próximo de 6%, impulsionado por uma boa demanda interna. Podemos dizer que o país seguiu por um bom caminho, ao menos no início do ano”, avaliou Eric Paniagua, economista da consultoria argentina EPyCA e fundador da Dekadrak.
Apesar do resultado positivo, o cenário externo preocupa, uma vez que as incertezas geopolíticas podem afetar o mercado cambial e o esforço do governo de Javier Milei de restaurar as reservas internacionais do país, parte do acordo de US$ 20 bilhões firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril que permitiu a flexibilização de muitos controles de capitais e câmbio adotados no país.
“Acredito que, provavelmente, o crescimento irá desacelerar, tanto devido a um cenário global mais instável quanto à própria dinâmica do processo de desinflação local”, afirmou Paniagua. As informações são do jornal Valor Econômico.