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Fórmula 1 Piquet pode ter de pagar 10 milhões de reais de indenização por comentários racistas e homofóbicos

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O ex-piloto brasileiro Nelson Piquet causou polêmica ao chamar Lewis Hamilton de “neguinho” durante uma entrevista. (Foto: Reprodução)

O ex-piloto brasileiro Nelson Piquet está sendo alvo de uma ação civil pública por causa dos comentários racistas e homofóbicos contra Lewis Hamilton. A Educafro (responsável por promover a inclusão de negros nas universidades públicas e particulares), o Centro Santo Dias (órgão de defesa dos direitos humanos), a Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) protocolaram na segunda-feira um documento no Tribunal de Justiça do Distrito Federal pedindo uma indenização no valor de R$ 10 milhões ao tricampeão de Fórmula 1.

Piquet causou polêmica ao chamar Hamilton de “neguinho” durante uma entrevista realizada em novembro do ano passado, mas que viralizou nas redes somente na última semana. Ele fez um comentário homofóbico contra o britânico na mesma ocasião. No documento, as entidades citam “reparação de dano moral coletivo e dano social infligidos à população negra, à comunidade LGBTQIA+ e ao povo brasileiro de modo geral”.

“Há um ano decidimos judicializar todas as situações de racismo como nova atitude do fazer movimento negro no Brasil. O Nelson Piquet tem humilhado demais o povo negro. Ele se ilude quando imagina que está humilhando só o Lewis Hamilton. Na verdade, ele está humilhando toda a comunidade negra nacional e internacional”, disse Frei David Santos, porta-voz do Educafro.

Segundo David, o caso está sendo levado para uma entidade de juristas negros nos Estados Unidos, com o nome ainda em sigilo, para que um segundo processo seja aberto também naquele país. O valor da indenização seria usado na abertura de editais para órgãos defensores de pautas do movimento negro e LGBT+. A petição pede ainda que Nelson Piquet seja obrigado a publicar em nota um pedido público de desculpas e pague multa no valor de R$ 100 mil caso volte a fazer declarações racistas ou homofóbicas.

“É uma criança negra vendo a fala e a atitude do Nelson Piquet no rádio ou na televisão, essa criança começa a se sentir mal por querer ser negra. O estrago que ele está causando na comunidade negra é danoso e quase irreversível. Então, ele tem de pagar pelos seus erros”, disse David Santos.

Na última semana, Mercedes, Fórmula 1 e Federação Internacional do Automóvel (FIA) emitiram comunicados condenando o brasileiro tricampeão do mundo e enaltecendo o posicionamento constante do inglês na luta pela diversidade. “Linguagem discriminatória ou racista é inaceitável de qualquer forma e não deve fazer parte da sociedade. Lewis é um embaixador incrível do nosso esporte e merece respeito”, diz o comunicado da F-1. Segundo a BBC, a categoria teria decidido banir o tricampeão brasileiro do paddock de todas as provas, mas a punição não foi confirmada pela organização.

Entenda a polêmica

Nelson Piquet foi flagrado usando um termo racista para se referir a Lewis Hamilton, em um vídeo de 2021 que circulou nas redes sociais e ganhou repercussão no final de semana. É possível ouvir o ex-piloto chamando o heptacampeão de “neguinho” ao comentar um acidente envolvendo o inglês e Max Verstappen — namorado de sua filha, Kelly Piquet — durante o Grande Prêmio de Silverstone, na Inglaterra.

Na ocasião, Piquet ainda comparou a batida entre os pilotos da Mercedes e da Red Bull com a polêmica colisão de Ayrton Senna e o francês Alain Prost, principal rivalidade da Fórmula 1 no passado. O caso de Senna ocorreu na largada do GP do Japão, em 1990, que garantiu o título daquele ano ao brasileiro. “O Senna não fez isso. O Senna saiu reto”, comparou.

Desde o começo da semana, o comentário do brasileiro foi duramente criticado por internautas, relembrando o seu histórico de frases polêmicas. “Surpreendendo um total de zero pessoas”, escreveu uma usuária do Twitter. “Imagina o que ele não deve falar em off”, escreveu outra. A filha do tricampeão de 69 anos, Kelly Piquet, é namorada de Max Verstappen. O holandês visitou o ex-piloto em Brasília antes do GP de São Paulo, em novembro de 2021, que terminou com Hamilton no lugar mais alto do pódio. Porém, foi Verstappen quem terminou com o título ao fim da temporada.

Nelson Piquet voltou a se manifestar sobre os comentários racistas e homofóbicos que fez sobre Lewis Hamilton. Diferentemente da primeira vez, quando pediu desculpas pelos termos usados para se referir ao piloto britânico, agora o brasileiro diz não ver problema em chamar o heptacampeão da Fórmula 1 de “neguinho”. O ex-piloto de 69 anos disse ainda que usa a palavra com seus “amigos brancos” e que não se importa com as críticas.

“Isso é tudo besteira, eu não sou racista. Não há nada, nada que eu disse errado. O que eu usei é uma palavra muito suave, até usamos com alguns amigos brancos”, disse Piquet à revista Motor Sport Magazine. “Eu realmente não me importo, isso não atrapalha minha vida.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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