Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2018
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Adeus, julho. Bem-vindo, agosto. O hoje oitavo mês do ano era o sexto. Daí o nome original sextilis. A história da mudança vem de longe, do Império Romano. Tem ingredientes de poder e de inveja. O imperador Otávio Augusto conquistou três vitórias nesse mês. Como auto-homenagem, nomeou-o com o próprio nome (augustus).
Mas havia um senão. Sextilis só tinha 30 dias. Julho, cujo nome reverencia Júlio César, tinha 31. Para não ficar atrás, o mandachuva apoderou-se de um dia de outro mês. É por isso que julho e agosto são os únicos meses consecutivos com 31 dias.
Sem pedigree
Nome de mês joga no time dos vira-latas. Escreve-se com inicial minúscula: janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho. E por aí vai.
Primeirão
Olho vivo, marinheiro de poucas viagens. O primeiro dia do mês tem privilégios. Grafa-se com numeral ordinal. Os demais se contentam com o cardinal: Hoje é 1º de agosto. Viajo no dia 30 de setembro. Trabalhei de 20 a 30 de julho sem folga.
Que frio! Que calor!
Brasília é uma cidade muito especial. De manhã faz frio. Quando o sol chega lá no alto, faz calorão. À noite, esfria. Quem lhe conhece as manhas, previne-se. Apela para o conforto que aquece ou esfria o ambiente. Oba! Mas, para sentir o bem-estar que todos merecem, impõe-se grafar as palavras como manda o dicionário. Ar-condicionado, com hífen, é o aparelho. Sem hífen, o ar fresquinho: Aproveitei a liquidação e comprei um ar-condicionado. Com ele, curto o ar condicionado sempre que sinto necessidade. Que bom!
Apelo
Sérgio Cabral foi governador do Rio. No poder, fez e aconteceu. Acabou no xilindró. Atrás das grades, conseguiu privilégios proibidos. Alguém denunciou. Jornais, revistas, televisão, internet mostraram as imagens de queijos franceses, bacalhau norueguês, televisão de cinema. Resultado: transferiram o homem para presídio de segurança máxima.
Horror dos horrores. O que fazer? Os advogados se reuniram. Discutiram saídas. Ao fim e ao cabo, decidiram conjugar o verbo apelar. Não deixaram por menos. Prestaram atenção à regência do trissílabo. Por quê? A razão é simples. A preposição muda o sentido da mensagem. Veja:
1. No sentido de interpor recurso, o verbo rege a preposição de: Os advogados vão apelar da sentença. Os candidatos apelaram dos critérios adotados na prova.
2. Na acepção de recorrer, a preposição é para: O ex-governador apelou para o presidente. O médico apelou para o bom senso do paciente. Para quem apelar nessas condições?
Superdica: não use apelou que, construção inexistente em português.
Tragédia
O aviãozinho partiu de Santa Catarina rumo a São Paulo. O voo transcorreu sem problemas. Na hora de pousar, ops! Algo falhou. A aeronave despencou. Jornais, sites e tevês divulgaram o fato. Nove entre 10 notícias tropeçaram no modismo. Assim: “Dos sete ocupantes do avião, quatro foram arremessados para fora e os outros três tiveram de ser retirados das ferragens”. Reparou? O pronome outros sobra. Xô! Assim: Dos sete ocupantes do avião, quatro foram arremessados para fora e três tiveram de ser retirados das ferragens.
Lembrete
Uma letra faz a diferença. Veja: O avião pousa. A modelo posa. Todos posamos na hora da foto, não?
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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