Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de dezembro de 2021
O delegado Renato Carvalho, da 27ª DP (Vicente de Carvalho), que investiga a morte da diarista Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, após um procedimento na sexta-feira (17), disse que o médico que a atendeu, Brad Alberto Castrillón Sanmiguel, tem duas passagens pela polícia – uma delas por ameaça. Na manhã desta segunda-feira, a Polícia Civil realizou uma perícia na clínica onde médico atendia, em Vicente de Carvalho, Zona Norte do Rio de Janeiro. Sanmiguel teve seu passaporte apreendido pelo delegado.
O médico, que é colombiano, diz que a clínica tinha autorização para que lá fossem realizados pequenos procedimentos. Sobre a morte da diarista, o advogado Hugo Novais, que representa médico, disse que seu cliente está colaborando a investigação, que aguarda o resultado do exame de necropsia para se manifestar e que se solidariza com a família da paciente.
Maria Jandimar fez um primeiro procedimento de hidrolipo no dia 10 de dezembro e outro no dia 17 do mesmo mês. Ela não resistiu e morreu após a segunda etapa do tratamento.
A família de Maria contou ainda que ela fez os exames pedidos pela clínica, antes do procedimento, e que ela gastou cerca de R$ 5 mil no procedimento.
O médico depôs na segunda-feira (20) na 27ª DP (Vicente de Carvalho). Brad saiu da delegacia sem dar entrevista. O instrumentador da clínica também prestou depoimento.
O médico afirmou à polícia que nem chegou a fazer a hidrolipo na diarista. Em seu depoimento, o colombiano afirmou que a paciente começou a ter convulsões logo depois da anestesia.
A TV Globo teve acesso ao depoimento. O médico afirmou que a diarista teria esquecido de avisar que tinha arritmia cardíaca. “A paciente relatou que estava apresentando palpitações, momento em que falou ao depoente: ‘Doutor, estou sentindo palpitações, eu esqueci de falar ao senhor que eu tenho uma arritmia cardíaca”, dizia um trecho do depoimento.
Acompanhado de um advogado, SanMiguel alegou ter prestado socorro por 30 minutos ininterruptos à paciente e disse que isso teria acontecido do lado de fora da clínica.
Ele também teria apresentado nomes de testemunhas que presenciaram o fato e apontado, inclusive, que uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) teria estado no local. Responsável pela investigação do caso, o delegado vai examinar imagens de câmeras de segurança do centro comercial, em Vicente de Carvalho, onde era localizada a clínica de Brad Alberto, para checar se a versão apresentada pelo médico é verdadeira ou não. Apesar de um laudo cadavérico preliminar não ter apontado a causa da morte da diarista, a polícia trabalha com uma estimativa de que o caso seja concluído entre sete a dez dias. Durante este período poderá ficar pronto o exame complementar (análise das vísceras da vítima), que deverá ajudar os peritos a determinar o que levou Maria Jandimar à morte. As informações são do portal de notícias G1 e do jornal Extra.